Na quarta-feira, no contexto da visita do presidente do Quênia, William Ruto, aos Estados Unidos, o jornalista queniano Ayub Abdikadir realizou uma pergunta difícil ao mandatário dos EUA, Joe Biden.
"Presidente, o Quênia está fazendo o trabalho duro em uma região complicada. (...) Não é irônico que enquanto os EUA estão terminando suas infinitas guerras - a última no Afeganistão, quando se retiraram de Kabul sob sua liderança -, você esteja envolvendo o Quênia em uma guerra a 12 mil km de distância de Nairobi? Por que a discrepância?", indagou o jornalista.
Em resposta, Biden afirmou que o Afeganistão tornou-se o "cemitério de impérios", e que "existem outras maneiras de controlar o Estado Islâmico" que não envolvem a ação direta no país.
"O Haiti está em uma área muito volátil do Caribe, e nós estamos em uma situação em que queremos fazer o que podemos sem parecer que a América está, mais uma vez, se envolvendo e decidindo o que é que deve ser feito", acrescentou o presidente dos EUA.
O presidente do Quênia falou em sequência, destacando concordar com as afirmações do mandatário norte-americano e acrescentando que a atuação de seu país no Haiti "não é sobre o que aconteceu no passado", mas sobre os valores os quais os quenianos acreditam.
A visita de Ruto aos EUA
Com a visita oficial do presidente Abdikadir aos Estados Unidos - a primeira de um líder africano ao país em mais de 15 anos - Biden tem como um de seus principais objetivos "expressar sua gratidão" ao Quênia, de acordo com um artigo do New York Times.
Neste ano, centenas de policiais quenianos, em treinamento desde 2023, foram enviados ao Haiti para coordenar uma força multinacional determinada a conter as facções criminosas que impuseram o caos e a desordem ao longo do território da ilha.
De acordo com o veículo, Biden também planeja demonstrar o comprometimento norte-americano com países do continente africano - onde a China adquire influência cada vez mais significativa através de projetos de investimento, industrialização e comércio.