A China impôs sanções contra empresas americanas do setor de defesa pela venda de armas a Taiwan, anunciou nesta sexta-feira (26) o Ministério das Relações Exteriores chinês.
A medida afeta dez pessoas ligadas ao complexo militar-industrial dos EUA, bem como vinte empresas, entre elas a Boeing, a Northrop Grumman Systems Corporation e a L3Harris Maritime Services.
As sanções incluem o congelamento dos ativos que as empresas e pessoas possam ter na China, proibindo ainda que organizações e indivíduos chineses firmem relações comerciais com as entidades sancionadas. Além disso, as pessoas incluídas na lista estão proibidas de entrar no país.
"Ressaltamos mais uma vez que a questão de Taiwan está no centro dos interesses fundamentais da China e constitui a primeira linha vermelha que não deve ser ultrapassada nas relações entre a China e os EUA", afirma o comunicado do ministério. "Qualquer pessoa que tente ultrapassar essa linha e provocar tensões em torno da questão de Taiwan enfrentará uma resposta firme da China."
EUA armam Taiwan
O governo dos Estados Unidos anunciou na semana passada um pacote militar de aproximadamente US$ 11,1 bilhões (cerca de R$ 61 bilhões). A medida inclui oito acordos de venda de armas que abrangem 82 sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS) e 420 sistemas de mísseis táticos do Exército (ATACMS).
Após o anúncio do governo americano, o porta-voz da chancelaria chinesa, Guo Jiakun, sublinhou em coletiva de imprensa que este plano de venda maciça de armas para Taiwan "viola gravemente o princípio de Uma Só China" e o entendimento firmado em diversos comunicados conjuntos sino-americanos.
"A tentativa dos EUA de ajudar a independência pela força terá um efeito contrário, e sua estratégia de usar Taiwan para conter a China certamente não terá sucesso", alertou Guo.
- O princípio de Uma Só China rege a política do Estado chinês, considerando a ilha de Taiwan como parte inalienável de seu território. A maioria dos países na comunidade internacional, incluindo a Rússia e o Brasil, reconhece a ilha como parte integrante da República Popular da China.
- Diante das declarações separatistas da liderança de Taiwan, Pequim ressalta que essa região "nunca foi um país nem nunca será", pois "Taiwan é parte inalienável do território da China".
- O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou no final de outubro que não considera que a China pretenda "invadir" Taiwan, insinuando que poderia dissuadir o gigante asiático.