Juraj Cintula atirou no primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, na semana passada porque, dentre outros motivos, se opõe à política do Governo em relação à Ucrânia, segundo a decisão judicial.
Cintula, de 71 anos, "quer que seja fornecida ajuda militar à Ucrânia e considera o atual Governo [eslovaco] um Judas na União Europeia" e, portanto, "decidiu agir", revelam os materiais aos quais teve acesso a mídia local Pravda.
A ordem com a qual o juiz de instrução do Tribunal Penal Especializado de Pezinok enviou Cintula para prisão preventiva cita os detalhes do interrogatório anterior, já que o suspeito exerceu seu direito de permanecer em silêncio no tribunal.
Cintula, que pode pegar de 25 anos a prisão perpétua, se for declarado culpado, também acusou o Governo de Fico de perseguir as mídias e os trabalhadores culturais.
O suspeito declarou que não pretendia assassinar Fico, mas apenas prejudicar sua saúde para que não pudesse exercer o cargo de chefe de Governo. Armado com uma pistola que possuía desde 1992 e dois carregadores, disparou cinco tiros.
Além disso, alegou ter agido sozinho e que ninguém sabia de seus planos de atacar o primeiro-ministro.
- Fico foi baleado em 15 de maio ao sair de uma reunião de Gabinete na cidade de Handlová. Quando se aproximou da multidão, um homem atirou várias vezes, ferindo-o na área abdominal e no quadril. O chefe de Governo foi levado de helicóptero para um hospital na cidade de Banská Bystrica e operado com sucesso. Vários dias depois, o hospital informou que o estado de saúde de Fico estava melhorando.
- O agressor foi preso pela Polícia no local do crime. Cintula é um escritor da cidade de Levice, membro da Associação Eslovaca de Escritores.