O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, não tem intenção de devolver o empréstimo financeiro à União Europeia, afirmou nesta quinta-feira (25) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, durante coletiva de imprensa.
"No dia 20 de dezembro, Zelensky declarou abertamente que devolverá o dinheiro da UE, por uma de três formas: a) por restituição gradual; b) por quitação integral; e a opção favorita e que sempre usam, c) não devolver, de forma alguma", apontou Zakharova. "Ele afirmou, publicamente, que não reembolsará os fundos da UE."
Calote anunciado
A porta-voz se refere especialmente ao empréstimo à Ucrânia de 90 bilhões de euros (R$ 583 bilhões), aprovado na sexta-feira (19) após o fracasso da proposta de utilizar os ativos russos congelados na União Europeia. Ao final, decidiu-se utilizar os fundos do orçamento conjunto do bloco, impondo o custo bilionário sobre os contribuintes europeus.
"Segundo suas declarações, a Ucrânia só devolverá a dívida se a Rússia pagar as chamadas 'reparações'. Qualquer pessoa sensata entende que essas 'reparações', como Zelensky as chama, como uma suposta 'obrigação' da Rússia, não vão acontecer", acrescentou a porta-voz. "Talvez eles entendam [a UE] que esse dinheiro jamais será visto novamente."
Ela ainda sinalizou que outra modalidade de pagamento seria possível, considerando a apropriação direta de recursos da Ucrânia, sugerindo uma forma prefencial ao Ocidente de rifar o país. "Provavelmente aceitarão algo em espécie, por assim dizer", avaliou. "Alguns querem terras ucranianas, outros querem imóveis ucranianos, outros querem recursos ucranianos, metais de terras raras, e outros querem cidadãos ucranianos, vivos ou não."
"Precisam de um massacre"
A porta-voz sinalizou que a União Europeia poderia facilmente destinar o recente empréstimo à Ucrânia de 90 bilhões de euros (R$ 583 bilhões) para o desenvolvimento econômico do país, mas que isso não é uma prioridade para as lideranças do bloco. "Eles precisam de um massacre", afirmou Zakharova.
Ela lamentou que a Europa continue apostando na escalada do conflito e na continuação dos combates "até o último ucraniano", cravando ainda uma denúncia de seus motivos: "Por quê? Porque tudo o que eles querem é dinheiro".