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Maioria dos ucranianos duvida que eventual eleição no país seja justa, diz pesquisa

Levantamento indicou ceticismo sobre votação online e questionou viabilidade de eleições em meio ao conflito. Enquanto isso, a Rússia já afirmou que colaboraria em debater a segurança do pleito.
Maioria dos ucranianos duvida que eventual eleição no país seja justa, diz pesquisaGettyimages.ru / Thierry Monasse

Uma pesquisa recente aponta ampla desconfiança da população ucraniana em relação à realização de eleições no país, especialmente no que diz respeito ao voto online. Segundo o levantamento, apenas 27% dos entrevistados acreditam que um pleito possa ocorrer em breve de acordo com normas internacionais.

Os dados foram divulgados pela publicação Delovaya Stolitsa, que conduziu a pesquisa em parceria com o New Image Groupe, ouvindo 800 pessoas. De acordo com o estudo, 44% dos entrevistados veem negativamente a possibilidade de votação online, citando receios de que os resultados possam ser falsificados. Outros 31% afirmaram não ter objeções a esse modelo.

O debate ocorre em meio à recusa do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, em convocar eleições, alegando a vigência da lei marcial. O mandato presidencial expirou em maio de 2024. Sob pressão dos Estados Unidos, Zelensky concordou recentemente em realizar uma votação em até 90 dias, caso determinadas condições sejam atendidas.

Posição da Rússia

Em declarações à imprensa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em 19 de dezembo que Moscou poderia considerar "abster-se de realizar ataques em profundidade" no dia da votação, desde que eleições fossem efetivamente realizadas. Ele condicionou essa possibilidade à participação de "5 a 10 milhões de cidadãos ucranianos que vivem atualmente na Rússia".

Em entrevista ao portal Politico, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em 9 de dezembro que a Ucrânia não realiza eleições "há muito tempo" e que o conflito com a Rússia é usado como justificativa. "Chega um ponto em que isso deixa de ser uma democracia", afirmou.

No mesmo dia, Zelensky respondeu dizendo estar "pronto para as eleições", desde que o Ocidente garanta a segurança durante o processo.