O tradicional pronunciamento de Natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, exibido na noite desta quarta-feira (24), foi marcado por um balanço das políticas do governo e pela avaliação de que o Brasil encerra o ano com resultados em áreas como combate à fome, geração de empregos, renda, programas sociais e projeção internacional.
Ao abrir o discurso, Lula afirmou que o país chega ao fim de "um ano histórico", marcado por desafios, mas com avanços que, segundo ele, colocaram o povo brasileiro como "o grande vencedor".
Entre os principais pontos destacados, o presidente citou a saída do Brasil do Mapa da Fome. Lula lembrou que o país havia deixado essa condição em 2014, mas voltou a registrar milhões de pessoas sem acesso adequado à alimentação nos anos seguintes, cenário que, segundo ele, o governo encontrou ao assumir, com cerca de 33 milhões de pessoas passando fome.
De acordo com o presidente, a retomada do Bolsa Família, o apoio à agricultura familiar, a valorização do salário mínimo, os investimentos na geração de empregos e o reforço da alimentação nas escolas foram medidas centrais para a reversão desse quadro.
Lula também destacou o fim do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Segundo ele, a partir de janeiro, milhões de brasileiras e brasileiros deixarão de ter o tributo descontado no salário, o que deve representar um reforço mensal no orçamento das famílias e impacto na economia.
Na área social, o presidente mencionou programas implementados ou retomados ao longo do ano. O Agora Tem Especialistas foi citado como iniciativa voltada à redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde.
Já o Pé-de-Meia, segundo Lula, contribuiu para a permanência de jovens na escola. O Gás do Povo e o Luz do Povo foram apresentados como medidas para aliviar despesas básicas das famílias de menor renda.
No setor habitacional, Lula afirmou que o Minha Casa Minha Vida voltou a operar, alcançando também a classe média, e anunciou a chegada do programa Reforma Casa Brasil.
O presidente também destacou a Transposição do Rio São Francisco, apontada como a maior obra hídrica do mundo, com impacto para milhões de famílias do Nordeste.
O balanço incluiu ainda referências ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento, que, segundo o presidente, está presente em todos os estados e em milhares de municípios. Lula afirmou que o Brasil encerra o ano com a menor taxa de desemprego da história, recordes de emprego com carteira assinada, aumento da renda média dos trabalhadores e inflação acumulada em quatro anos no menor patamar.
Ao abordar a segurança pública, o presidente afirmou que a Polícia Federal comandou a maior operação já realizada contra o crime organizado e disse que o combate às facções alcançou níveis mais elevados, sem interferência de dinheiro ou influência.
Lula também falou sobre a violência contra a mulher e anunciou a intenção de liderar um esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e a sociedade. Segundo ele, o enfrentamento do problema exige o engajamento de toda a população, com destaque para o papel dos homens.
No campo internacional, o presidente afirmou que o Brasil voltou a ser respeitado e admirado, citando o recorde de nove milhões de turistas estrangeiros e a realização da COP30 em Belém do Pará. Lula também mencionou o enfrentamento do tarifaço contra o Brasil, afirmando que o governo apostou no diálogo, protegeu empresas, evitou demissões e ampliou mercados para produtos brasileiros.
Ao encerrar a mensagem, o mandatário defendeu o combate a privilégios e afirmou que o direito ao tempo deve ser debatido, mencionando a proposta de fim da escala de trabalho 6x1 sem redução de salário.