
Nasry Asfura é eleito presidente de Honduras

Três semanas após as eleições gerais, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras anunciou nesta quarta-feira (24) o vencedor do pleito presidencial.
O órgão eleitoral declarou Nasry "Tito" Asfura, candidato do Partido Nacional (conservador), como vencedor. Asfura recebeu o apoio de Donald Trump.

Segundo dados oficiais do CNE, com mais de 99% das urnas apuradas, Asfura obteve 1.479.822 votos, equivalentes a 40,27%, informa o jornal local El Heraldo.
Em segundo lugar, de acordo com os resultados do CNE e com uma margem de menos de 1% dos votos, ficou Salvador Nasralla, do Partido Liberal. Ele obteve 1.452.796 votos, representando 39,53%.
O terceiro lugar foi para Rixi Moncada, candidata do partido governista Liberdade e Refundação (LIBRE), que recebeu 706.266 votos, ou 19,19%.
A declaração dos resultados foi assinada pelas conselheiras Ana Paola Hall e Cossette López, e pelo conselheiro suplente Carlos Cardona, que endossou o documento de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão eleitoral. O conselheiro Marlon Ochoa, no entanto, recusou-se a assinar.
Antes do anúncio, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) havia aprovado a divulgação oficial dos resultados "com os dados disponíveis neste momento", disse o jornal La Prensa.
Reação da presidente
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, esclareceu nesta quarta-feira que permanecerá no cargo até o final de seu mandato, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) finalmente anunciar o vencedor da eleição presidencial para o mandato de 2026-2030.
"Permanecerei neste cargo de Presidente da República, conforme previsto na Constituição, até 26 de janeiro", disse Castro em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Outras declarações
"Honduras: Estou preparado para governar. Não vos decepcionarei", publicou Asfura em suas redes sociais após o anúncio dos resultados.
Asfura reconheceu "o ótimo trabalho" realizado pelos conselheiros do CNE e por toda a equipe que conduziu o processo eleitoral.
Por sua vez, o presidente do Congresso Nacional de Honduras, Luis Redondo, denunciou como "traição" a decisão de um membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de apoiar a declaração de Nasry "Tito" Asfura como presidente eleito.
"GOLPE ELEITORAL. TRAIÇÃO", escreveu Redondo no X, plataforma de mídia social onde criticou o membro suplente do CNE, Carlos Cardona, por assinar a declaração.
Incerteza
A lenta apuração dos votos nas eleições, realizadas em 30 de novembro, gerou grande incerteza em Honduras. Durante esse período, surgiram alegações de irregularidades.
Dentro do próprio órgão eleitoral, o conselheiro Ochoa denunciou o que chamou de tentativa de "golpe" ao anunciar os resultados sem ter concluído a apuração de todas as cédulas, o que ele atribuiu à pressão dos EUA.
"Esta eleição, mais uma vez, foi uma eleição condicionada, controlada e dirigida do exterior. A intervenção estrangeira nesta eleição foi a mais flagrante e vergonhosa de toda a história do nosso país", afirmou.
A presidente Xiomara Castro anunciou no início de dezembro que denunciaria o "golpe eleitoral" que, segundo ela, estava ocorrendo em Honduras perante as Nações Unidas, a União Europeia, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e outras organizações internacionais.
"Estamos vivenciando um processo marcado por ameaças, coerção, manipulação do TREP (Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares) e adulteração da vontade popular. Essas ações constituem um golpe eleitoral em curso, que denunciaremos", declarou ele na ocasião.
OEA monitora situação
A Organização dos Estados Americanos (OEA) informou que está acompanhando de perto os acontecimentos em Honduras após o anúncio dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Em mensagem publicada nas redes sociais, o organismo hemisférico reconheceu as dificuldades encontradas durante o processo eleitoral e, embora pontue o trabalho das instituições hondurenhas, lamentou que a recontagem completa dos votos ainda não tenha sido concluída.


