Caracas celebra 'vitória' diplomática na ONU e afirma que ninguém apoia o uso da força pelos EUA

Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto afirmou que a sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas deixou claro que nenhum país apoiou a coerção militar dos EUA contra a Venezuela.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, afirmou que a sessão de terça-feira do Conselho de Segurança das Nações Unidas desta terça-feira (23) deixou claro que nenhum país apoia o uso ou a ameaça de uso da força contra a Venezuela.

Ele denunciou a posição de Washington como derivada de uma "lógica colonial" e elogiou a intervenção do embaixador Samuel Moncada.

Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela publicou um comunicado dizendo que a Venezuela havia alcançado uma "grande vitória diplomática". Segundo Gil Pinto, o debate demonstrou que "nenhum país no mundo, nem mesmo os aliados históricos dos Estados Unidos", endossa ações ou ameaças militares que contradizem a Carta das Nações Unidas sob o pretexto de combater o narcotráfico.

O representante venezuelano afirmou que era evidente que a ameaça ou o uso da força contra seu país violava a Zona de Paz da América Latina e do Caribe, e declarou que essa posição responde a uma "lógica colonial emanada de Washington sob a Doutrina Monroe", doutrina histórica que Caracas acusa de justificar intervenções na região.

Gil Pinto também observou que o debate condenou o que ele chamou de "pirataria em alto mar", referindo-se a ações destinadas a se apropriar de recursos petrolíferos que o governo afirma "pertencerem inegavelmente ao povo venezuelano".

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 100 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.