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Na ONU, Venezuela acusa os EUA da 'maior extorsão de que se tem notícia' em sua história

Caracas alertou que eles são "apenas o alvo de um plano maior" de Trump.
Na ONU, Venezuela acusa os EUA da 'maior extorsão de que se tem notícia' em sua históriaONU

A Venezuela denunciou nesta terça-feira (23) perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas que a agressão dos EUA contra o país sul-americano é uma grande "extorsão".

"Este é o maior caso de extorsão conhecido em nossa história", disse Samuel Moncada, representante permanente da Venezuela na ONU.

Durante seu discurso, o diplomata alertou que "a Venezuela é apenas o alvo de um plano maior", que seu país não representa "uma ameaça" para nenhum Estado e que esse papel é atualmente desempenhado pelo governo dos EUA.

Samuel Moncada também declarou que a agressão dos EUA contra seu país e a apreensão de seus petroleiros no Mar do Caribe são atos que podem ser considerados "piores que a pirataria". Para ele, os EUA cruzaram "a linha vermelha", em meio à escalada das hostilidades contra a nação caribenha.

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 100 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.