A China emitiu, por meio de Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, durante coletiva regular realizada na segunda-feira (22), um alerta ao Japão após um alto funcionário japonês sugerir que o país deveria considerar a aquisição de armas nucleares, afirmando que essa medida "traria novamente um desastre para o mundo".
Segundo a imprensa japonesa, um assessor não identificado da primeira-ministra Sanae Takaichi afirmou na semana passada que a dependência de Tóquio do arsenal nuclear dos EUA pode não ser totalmente confiável e que o Japão deveria reavaliar suas políticas não nucleares do pós-Segunda Guerra Mundial e buscar sua própria dissuasão.
O Ministério das Relações Exteriores da China condenou a suposta proposta e pediu que o Japão "não tente desafiar a ordem internacional do pós-guerra e pare de seguir pelo caminho errado".
"Algumas forças dentro do Japão não apenas deixaram de refletir sobre o histórico de agressão do país, como também se mostraram extremamente insatisfeitas com o acordo internacional do pós-guerra. Se as forças de direita no Japão tiverem liberdade para desenvolver armas ofensivas poderosas, ou mesmo possuir armas nucleares, isso trará novamente um desastre para o mundo", disse o ministério.
Outros vizinhos reagem
O alerta de Pequim reforça declarações de outros vizinhos. A República Popular Democrática da Coreia afirmou que permitir que o Japão adquira armas nucleares resultaria em "um grande desastre", enquanto a Rússia alertou que o abandono da postura não nuclear de Tóquio poderia prejudicar a segurança no Nordeste Asiático e provocar reações de países "ameaçados por essa militarização".