O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o Banco Master estão no centro de denúncias e investigações que ganharam repercussão recente na imprensa. O caso envolve contratos milionários, supostas intermediações e questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.
Segundo apuração da jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, o Banco Master manteve contrato com o escritório de advocacia da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, iniciado em 2024. O acordo previa pagamentos mensais de cerca de R$ 3,6 milhões durante três anos, totalizando aproximadamente R$ 129 milhões.
O contrato não se referia à defesa de um caso específico do banco, mas à atuação em diferentes temas conforme a demanda da instituição.
Moraes teria "pressionado" Banco Central
Gaspar informou que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes "para fazer pressão em favor do Banco Master".
Nas reuniões, o ministro teria solicitado que o Banco Central autorizasse a negociação do banco com o Banco de Brasília (BRB), que à época demonstrava interesse na aquisição da instituição.
A reportagem acrescenta que técnicos do Banco Central identificaram indícios de fraude no repasse de cerca de R$ 12 bilhões em créditos do Master para o BRB, o que tornou inviável a aprovação da operação.
Reação da oposição
Após as reportagens, o senador Alessandro Vieira (MDB - SE) anunciou nas redes sociais que pretende coletar assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato entre o Banco Master e o escritório da família de Moraes.
O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO - RS) também informou que líderes da oposição na Câmara e no Senado devem apresentar um novo pedido de impeachment do ministro.