
Trump ameaça Gustavo Petro: 'É melhor ele tomar cuidado'

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, nesta segunda-feira (22), após acusá-lo novamente, sem apresentar qualquer prova, de envolvimento com o tráfico internacional de drogas.

"Eles produzem cocaína na Colômbia, ele não é amigo dos EUA, ele é muito ruim, um cara mau. É melhor ele tomar cuidado porque ele fabrica cocaína e eles enviam para os EUA da Colômbia", enfatizou Trump em uma coletiva de imprensa ao lado do Secretário de Defesa Pete Hegseth e do Secretário de Estado Marco Rubio.
Ao ser questionado por um jornalista sobre Petro, a quem chamou de "encrenqueiro", ele afirmou que existem "pelo menos três laboratórios de cocaína" no país sul-americano. "É melhor ele fechá-los rapidamente", alertou.
"Nós sabemos onde eles estão", acrescentou, sem dar mais detalhes. "É fabricado e vendido nos EUA", afirmou Trump.
Há semanas, a relação entre os Estados Unidos e a Colômbia vem se deteriorando, enquanto seus respectivos mandatários trocam insultos públicos.
Relacionamento frágil
No último 19 de dezembro, Rubio concedeu uma extensa coletiva de imprensa na qual falou sobre a América Latina e especificamente sobre a Colômbia, um país com uma "longa história de cooperação" com os EUA, e que agora afirmou ter "algo um pouco a menos, o que é lamentável".
"Trata-se de uma pessoa que simplesmente não está cooperando conosco nesses esforços. É disso que se trata. No fim das contas, o povo colombiano vai escolher o próximo presidente. É uma democracia e haverá eleições [em 2026]", respondeu ele na ocasião.
Em novembro, Petro desafiou Rubio a prendê-lo por suas supostas ligações com o tráfico de drogas. "Se ele quer me colocar na cadeia, que tente, mas esta nação não se ajoelhará diante dele", enfatizou em um evento público. "Não nos ameace, não nos engane, conhecemos seus truques", acrescentou.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em pelo menos 75 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.
