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'Não apenas na Venezuela': Trump comenta planos de lançar ataques terrestres na América Latina

Presidente dos EUA expressou disposição de lançar uma ofensiva contra qualquer lugar de onde "estão vindo drogas".
'Não apenas na Venezuela': Trump comenta planos de lançar ataques terrestres na América LatinaAP / Alex Brandon

Em meio à agressão sem precedentes dos EUA contra a Venezuela, o presidente americano Donald Trump declarou nesta segunda-feira (22) que planeja atacar por terra não apenas o país bolivariano, mas qualquer lugar de onde "venham drogas".

Durante um evento em que anunciou a construção de novos navios de guerra, o presidente respondeu a uma pergunta sobre planos de lançar ataques terrestres na América Latina e se isso se restringiria apenas à Venezuela ou também a "outros países" da região.

"As drogas vêm de qualquer lugar. De qualquer lugar. Não apenas da Venezuela ", respondeu ele.

Agressões dos EUA

  • Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em pelo menos 75 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.