Maduro: 'Temos más notícias para aqueles que esperam que renunciemos aos nossos direitos históricos'

Presidente venezuelano alertou que, do exterior, líderes da ala extremista da oposição pretendem que seu país "renuncie aos seus direitos históricos [...] e se torne uma colônia".

"A República Bolivariana da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente. Irrevogavelmente. Ninguém no céu ou na terra pode revogar isso", afirmou nesta segunda-feira (22) o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em uma postagem publicada em seu canal no Telegram.

"Temos más notícias para aqueles que esperam que renunciemos aos nossos direitos históricos, à independência, à liberdade e à soberania. A integridade territorial é um direito inalienável, explícito em nossa carta magna sob a doutrina de [Simon] Bolívar", afirmou o presidente.

Em sua reflexão, Maduro enfatizou que os líderes da ala extremista da oposição residentes no exterior "querem que a Venezuela renuncie aos seus direitos históricos [...] e se torne uma colônia".

"Temos más notícias, porque a independência, a liberdade, a soberania, a imunidade, a integridade territorial e a autodeterminação nacional são direitos inalienáveis da nação", afirmou, ao mesmo tempo em que ressaltou que se trata de um "mandato jurado" constitucionalmente consagrado que seu governo continuará "fazendo prevalecer" e defenderá "com o poder da nação".

Agressão dos EUA contra a Venezuela

Além do amplo destacamento militar no mar do Caribe e dos bombardeios contra supostas lanchas de narcotraficantes, os EUA começaram a apreender navios que transportam petróleo venezuelano, ações que o governo de Maduro classifica como "roubo" e "ato de pirataria".

No último 17 de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o "bloqueio total e completo" da entrada e saída da Venezuela de navios petroleiros sancionados, após acusar infundadamente Caracas de "roubar" petróleo, "terras e outros ativos" de seu país.

A esse respeito, o governo venezuelano reiterou a soberania da Venezuela sobre todas as suas riquezas e alertou que Trump busca impor "de forma absolutamente irracional" um bloqueio militar naval ao país com o objetivo de "roubar" seus recursos naturais, que "ele assume como sua propriedade".

O que vem a seguir?

A pretensão de Washington de impedir de fato o comércio de petróleo da Venezuela e de se apropriar dele à margem da lei recebeu condenações e rejeições de diferentes países e entidades.

Hoje, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, leu à imprensa uma carta enviada por Maduro "aos principais chefes de Estado e de Governo" da região da América Latina e do Caribe, bem como a "todos os países que integram as Nações Unidas".

O presidente venezuelano alertou que os efeitos dessa tentativa "transcendem" seu país e "ameaçam desestabilizar toda a região e o sistema internacional como um todo".

"A história nos ensinou que o silêncio diante da agressão tem consequências devastadoras. Na década de 1930, o silêncio e a passividade da comunidade internacional diante da ascensão do nazismo levaram a uma tragédia humana sem precedentes [...]. Hoje, salvo as diferenças históricas, a lógica é a mesma: se se tolerar o uso unilateral da força, a execução de civis, a pirataria e a pilhagem dos recursos de Estados soberanos, o mundo caminhará para um cenário de confronto global de proporções imprevisíveis", diz o texto.

Além disso, Gil informou sobre a conversa que teve com seu homólogo russo, Sergey Lavrov. "O ministro das Relações Exteriores russo afirmou que a Rússia oferecerá toda a sua cooperação e apoio à Venezuela contra o bloqueio, manifestando total apoio às ações empreendidas no âmbito do Conselho de Segurança" da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou em uma mensagem divulgada em suas redes sociais. O caso será discutido na próxima terça-feira (23).

Agressões dos EUA