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Chanceler da Venezuela diz que Rússia apoiará Caracas contra bloqueio imposto pelos EUA

Yván Gil conversou por telefone com chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov.
Chanceler da Venezuela diz que Rússia apoiará Caracas contra bloqueio imposto pelos EUASputnik

A Rússia prestará apoio à Venezuela contra o bloqueio imposto pelos EUA, anunciou nesta segunda-feira (22) o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, após uma conversa telefônica com o chanceler russo, Sergey Lavrov.

"O ministro russo afirmou que a Rússia prestará toda sua cooperação e apoio à Venezuela contra o bloqueio, manifestando total apoio às ações empreendidas no âmbito do Conselho de Segurança" da Organização das Nações Unidas, afirmou Gil comentando a conversa.

O apoio foi expresso na véspera de uma sessão do Conselho de Segurança da ONU para tratar do tema da agressão por parte de Washington contra o país sul-americano.

De acordo com o ministro venezuelano, no diálogo foram analisadas "as agressões e violações flagrantes do direito internacional que estão sendo cometidas no Caribe", em frente à costa venezuelana por parte dos EUA, incluindo "ataques contra embarcações e execuções extrajudiciais", bem como "atos ilícitos de pirataria" executados por Washington, em relação à apreensão de petroleiros.

A esse respeito, Gil indicou que Lavrov expressou "de forma firme" a solidariedade da Rússia com o povo venezuelano e com seu presidente, Nicolás Maduro, e "ratificou seu total apoio diante das hostilidades" contra o país sul-americano.

Ele também destacou que apoiam a Venezuela "na defesa da Zona de Paz" da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e do direito internacional, "enfatizando que esse tipo de agressão não pode ser tolerado".

Na conversa, os dois chanceleres reafirmaram "a relação de irmandade, respeito e cooperação estratégica" que une os dois países.

"Roubar"

No último 17 de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o "bloqueio total e completo" da entrada e saída da Venezuela de navios petroleiros sancionados, após acusar infundadamente Caracas de "roubar" petróleo, "terras e outros ativos" de seu país.

A esse respeito, o governo venezuelano reiterou a soberania da Venezuela sobre todas as suas riquezas e alertou que Trump busca impor "de forma absolutamente irracional" um bloqueio militar naval ao país com o objetivo de "roubar" seus recursos naturais, que "ele assume como sua propriedade".

Agressões dos EUA

  • Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em pelo menos 75 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.