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Chanceleres de Venezuela e Rússia conversam sobre 'agressões' dos EUA no Caribe

Sergey Lavrov manifestou solidariedade a Caracas e prometeu apoio diplomático, inclusive no Conselho de Segurança da ONU.
Chanceleres de Venezuela e Rússia conversam sobre 'agressões' dos EUA no CaribeSputnik

Nesta segunda-feira (22), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Ivan Gil, conversou por telefone com o chanceler russo, Sergey Lavrov, para tratar do que classificaram como "agressão e as flagrantes violações do direito internacional cometidas no Caribe".

"Ataques a navios, execuções extrajudiciais e atos ilegais de pirataria cometidos pelo governo dos Estados Unidos", escreveu Gil em mensagem publicada em diferentes plataformas.

Lavrov, por sua vez, "expressou firmemente a solidariedade da Rússia" ao povo venezuelano e manifestou "total apoio diante das ações hostis" contra o país.

"A Rússia fornecerá à Venezuela assistência e apoio abrangentes na luta contra o bloqueio, expressando seu total apoio às ações tomadas no âmbito do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Gil.

Durante a conversa, o chefe da diplomacia russa ressaltou que "tal agressão é inaceitável".

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türkcondenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 75 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.