A apreensão de navios de outro país por parte dos Estados Unidos viola o direito internacional, declarou nesta segunda-feira (22) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, ao comentar as recentes capturas de petroleiros por Washington nas costas da Venezuela.
"A China sempre se opõe a sanções unilaterais que, por carecerem de fundamento no direito internacional, são ilegais e, além disso, não são autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Opomo-nos a qualquer ação que viole os propósitos e princípios da Carta da ONU, infrinja a soberania e a segurança de outros países ou constitua atos unilaterais de intimidação", afirmou o porta-voz.
Caracas tem o direito de desenvolver "de forma independente uma cooperação mutuamente benéfica com outros países", declarou.
Conforme Lin Jian, Pequim "acredita que a comunidade internacional compreende e apoia a posição da Venezuela na defesa de seus direitos e interesses legítimos".
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 75 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.