O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou nesta segunda-feira (22) as alegações recentemente publicadas pelo veículo britânico Reuters, que citam supostos relatórios de inteligência dos Estados Unidos que, por sua vez, acusam a Rússia de planejar assumir o controle de toda a Ucrânia e outros territórios da antiga URSS.
"Em primeiro lugar, não sabemos o quão confiáveis são essas informações (...) mas mesmo que sejam verdadeiras, trata-se de agências de inteligência fazendo suposições, pesquisas e chegando a conclusões errôneas. Isso é completamente discordante com a realidade", declarou Peskov.
A reportagem da Reuters do domingo (21) cita fontes anônimas e entrevistas de representantes do partido democrata para alegar que a inteligência americana identifica pretensões do Kremlin de restaurar o "império soviético", atacar países europeus e restabelecer a esfera de influência da União Soviética na Europa.
A Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, afirmou que as reportagens da Reuters são infundadas e que tais planos não constam nos relatórios das instituições de inteligência.
"Isso é uma mentira e propaganda que a Reuters está espalhando deliberadamente em nome de belicistas que querem minar os esforços incansáveis do Presidente [Donald] Trump" para pôr fim ao conflito ucraniano, escreveu Gabbard em uma publicação no X.
"A OTAN e a UE realmente desejam para arrastar as forças armadas dos Estados Unidos diretamente para uma guerra com a Rússia. A verdade é que (...) a inteligência americana avalia que a Rússia busca evitar uma guerra maior com a OTAN".
Rússia não tem intenção de atacar a Europa
Respondendo às declarações militaristas europeias e no contexto de negociações de paz para o conflito ucraniano, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reiterou repetidamente que o país nunca teve intenção de atacar a Europa, acrescentando que Moscou está disposta a reafirmar isso "por escrito".
"Uma coisa é dizer em termos gerais que a Rússia não tem intenção de atacar a Europa. Isso soa ridículo para nós. Nunca foi nossa intenção, mas se eles querem ouvir isso de nós, estamos prontos para colocar por escrito", declarou.
Para Putin, líderes europeus tentam convencer seus cidadãos de que Moscou representa uma "ameaça" e que é preciso reforçar a defesa. "Do nosso ponto de vista, isso é um completo absurdo e uma mentira", afirmou.