O Irã expressou apoio à Venezuela frente à presença militar dos Estados Unidos no Caribe. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, em conversa telefônica com seu colega venezuelano, Iván Gil.
Segundo a Chancelaria iraniana, Araghchi "manifestou a solidariedade do Irã ao povo venezuelano e ao seu governo eleito, ressaltando a responsabilidade da comunidade internacional de se opor firmemente às medidas ilegais e unilaterais dos Estados Unidos, que, segundo ele, representam uma ameaça explícita à paz e à estabilidade regional e mundial".
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.