Após dizer que seria preso no Brasil, Eduardo Bolsonaro cogita virar 'apátrida' nos EUA

O ex-deputado alegou ser perseguido pelo STF por seu trabalho no exterior, acrescentando que sua cassação não o impedirá de promover articulação política, em meio à prisão de seu pai e à pré-candidatura de seu irmão à presidência.

Dias depois de perder o mandato parlamentar por acúmulo de faltas e alegar que não voltou ao Brasil por receio de prisão, o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou no sábado (20) ao Jornal do SBT News que estuda pedir um "passaporte de apátrida" para continuar morando nos Estados Unidos.

"Eu estou sob o risco de perder a possibilidade de passaporte brasileiro. Isso não me impediria de fazer outras saídas internacionais, porque eu tenho outros meios para fazê-lo ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida, né? Vamos ver como é que isso daí acontece", declarou.

Eduardo está no estado americano do Texas desde fevereiro com passaporte diplomático, um documento especial para autoridades brasileiras em missões no exterior, anteriormente definido a expirar em julho de 2027. Ele indicou à reportagem que deve retornar o documento dentro de 30 ou 60 dias após a notificação da cassação, definida após o parlamentar faltar a mais de dois terços das sessões deliberativas do Congresso neste ano.

O ex-parlamentar acrescenta ter sido informado de uma "ordem" a embaixadas e consulados para que não tenha o passaporte comum, medida que atribui a uma suposta ofensiva do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

"Vou ficar sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre Moraes de minar o meu trabalho. Estou 'vacinado', sei as estratégias dele", alegou, reafirmando que continuará fazendo articulações internacionais para a campanha do irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), citado como pré-candidato à Presidência.