Segundo a agência estatal KCNA, qualquer tentativa japonesa de possuir armamento atômico deve ser impedida "a qualquer custo", pois representaria "um grande desastre" para a humanidade. O alerta veio do diretor do Instituto de Estudos Japoneses do Ministério de Relações Exteriores da RPDC.
As declarações surgem após notícias de que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, estaria considerando rever o status não nuclear do país, mantido desde os anos 1960, que proíbe o Japão de fabricar, possuir ou permitir a entrada de armas atômicas em seu território.
De acordo com Pyongyang, não se trata de uma afirmação "imprudente", mas de uma reflexão sobre "a ambição histórica do Japão de desenvolver armas nucleares", um "desafio direto" à própria Constituição japonesa e às leis internacionais. O alto funcionário norte-coreano afirmou que tais planos revelam "a natureza beligerante e agressiva" do país.
"A comunidade internacional sabe que o Japão, que iniciou pesquisas secretas de armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial, já tem a base para produzi-las a qualquer momento. Tudo que falta é uma decisão política", acrescentou KCNA.
Pyongyang também acusou Tóquio de tentar se aproveitar do conflito na Ucrânia para avançar sua militarização, pedir a presença de armas nucleares dos EUA em seu território, integrar-se ao pacto de defesa AUKUS (com Austrália, Reino Unido e EUA) e até considerar submarinos nucleares, seguindo o exemplo da Coreia do Sul.
Segundo a agência norte-coreana, os sinais mostram que o Japão estaria "preparando o caminho para possuir armas nucleares", testando a reação da opinião pública e "acostumando gradualmente a população" à ideia.
O alerta final de Pyongyang foi contundente: se o Japão desenvolver armas nucleares, a Ásia enfrentará "uma catástrofe nuclear horrível" e a humanidade "um grande desastre". A Coreia do Norte concluiu pedindo que "a comunidade progressista e amante da paz se mobilize para deter as perigosas ações de um Estado que ignora seu passado de crimes de guerra, avançando na nuclearização com o apoio dos EUA".