Zelensky se contradiz ao falar sobre eleições na Ucrânia, diz Kremlin

Apesar de rejeitar participação da Rússia nas eleições, Zelensky pediu aos norte-americanos que "garantissem a segurança" durante o pleito, observou o porta-voz Dmitry Peskov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou neste sábado (20) que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, apresenta contradições em suas declarações sobre a realização de eleições presidenciais no país. Segundo ele, o líder ucraniano rejeita qualquer participação russa no processo eleitoral, mas aceita a interferência dos Estados Unidos na garantia de segurança do pleito.

Peskov comentou a reação de Zelensky a uma declaração recente do presidente russo, Vladimir Putin, que disse estar disposto a considerar a possibilidade de "garantir a segurança das eleições, inclusive se abstendo de realizar ofensivas no interior do país no dia do pleito".

De acordo com o porta-voz, ao responder à proposta, Zelensky afirmou que "não permitirá que ninguém intervenha" e que não deixará Putin interferir nas eleições.

"O problema é que ele anteriormente pediu aos americanos que garantissem a segurança durante as eleições", disse Peskov. "Ou seja, não se opõe à intervenção dos Estados Unidos, mas se opõe à intervenção da Rússia", acrescentou, afirmando que Zelensky "se enrola em suas próprias declarações".

Em 9 de dezembro, Zelensky declarou que a Ucrânia poderia estar pronta para organizar eleições em um prazo de 60 a 90 dias, desde que houvesse garantias de segurança.

"Peço aos Estados Unidos, possivelmente junto com nossos colegas europeus, que garantam a segurança das eleições", afirmou.