
Putin considera debater segurança das eleições ucranianas

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (19), durante o tradicional balanço anual, que a Rússia está disposta a avaliar formas de garantir a segurança das eleições na Ucrânia.
Putin observou que agora os líderes do regime de Kiev insistem que os países ocidentais, como os Estados Unidos, garantam a segurança durante o período eleitoral e dizem que estão supostamente preparados para realizar eleições presidenciais.
"O que eu gostaria de destacar para o público russo? Nós fazemos eleições. Fazemos eleições presidenciais, municipais e regionais. Em setembro passado, realizamos outras eleições, e quem nos proporcionou segurança? Pelo contrário, eles tentaram perturbá-las para minar diretamente a estabilidade interna; atacaram deliberadamente as seções eleitorais", lembrou o presidente.
"Nunca esquecerei quando surgiu tal ameaça, e acredito que foi na República Popular de Donetsk. As pessoas faziam fila no colégio eleitoral. Foi então que começaram os bombardeios, as pessoas se refugiaram nos porões e, quando cessaram, saíram e voltaram a fazer fila. E votaram", exemplificou o líder.

"E não exigimos nada. Fizemos o que consideramos necessário. Acredito que os atuais representantes do regime de Kiev poderiam fazer o mesmo, se quisessem. Mas se querem usar as eleições apenas para deter o avanço militar russo, então estão enganados", acrescentou.
"E, no entanto, vou dizer agora algo que pode parecer surpreendente: estamos dispostos a considerar garantir a segurança durante as eleições na Ucrânia", afirmou Putin, acrescentando que seu país pode, pelo menos, abster-se de atacar profundamente o território no dia das eleições.
"Concordo que o governo da Ucrânia deve eventualmente legitimar-se, e isso é impossível sem a realização de eleições", concluiu o presidente russo.
Eleições suspensas
A questão das eleições ganhou relevância depois que o mandato legal de Zelensky expirou em 20 de maio do ano passado e a legitimidade de seu governo ficou desde então em dúvidas.
As eleições presidenciais na Ucrânia deveriam ter sido feitas em março de 2024, conforme exigido pela Constituição, mas o líder do regime de Kiev as suspendeu, invocando a lei marcial e a mobilização geral decretada no país devido ao conflito militar com Moscou.
Durante todo o tempo decorrido desde o término do mandato de Zelensky, a questão das eleições ficou apenas no papel e nada foi feito para prepará-las ou realizá-las.
Diante desse cenário, a Rússia tem reiterado a necessidade de se convocar eleições, pois a situação atual na cúpula ucraniana, como destacou Putin, se configura em uma "usurpação do poder".
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