Após uma onda de protestos contra o acordo da União Europeia (UE) com o Mercosul, que tomaram as ruas de Bruxelas na quinta-feira (18), cidadãos europeus são vistos coletando batatas que manifestantes tinham lançado contra a polícia.
As manifestações reuniram milhares de agricultores em um cerco do Parlamento Europeu na capital belga, enquanto líderes da União Europeia se reuniam no Parlamento Europeu para discutir o uso de ativos russos congelados para financiar a Ucrânia.
Ao perdedor, as batatas
O alvo da ira dos manifestantes é o acordo comercial entre a UE e o Mercosul — composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia — que também estava em discussão na cúpula.
O acordo, que vem sendo negociado há 25 anos, visa a criação a maior zona de livre comércio do mundo, facilitando a exportação de produtos europeus para a América do Sul, principalmente automóveis e maquinário, e permitindo a entrada na UE de produtos sul-americanos, principalmente agrícolas e matérias-primas.
Os agricultores europeus afirmam que o tratado destruirá o tecido agropecuário dos continente e comprometerá a segurança alimentar, introduzindo uma concorrência injusta contra os produtos latino-americanos.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram os manifestantes bloqueando ruas com tratores, acendendo fogueiras em frente ao edifício do Parlamento Europeu e atirando batatas, que continuam dificultando o tráfego nas ruas de Bruxelas.
- Sob bloqueio francês, os líderes europeus adiaram novamente o acordo comercial com Mercosul, conforme anunciado pelo presidente Emmanuel Macron nesta sexta-feira (19).
- Ao mesmo tempo, aprovaram um plano que concede à Ucrânia um novo empréstimo de 90 bilhões de euros (R$ 583 bilhões) ao longo dos próximos dois anos, utilizando fundos do orçamento conjunto do bloco, sustentado em última instância pelos contribuintes europeus.