Fome na Europa? Cidadãos coletam batatas jogadas durante protesto contra acordo UE-Mercosul

Após violentos protestos durante a reunião em que líderes europeus suspenderam o acordo com o Mercosul e aprovaram mais 90 bilhões de euros para a Ucrânia, moradores de Bruxelas são vistos recolhendo alimento das ruas.

Após uma onda de protestos contra o acordo da União Europeia (UE) com o Mercosul, que tomaram as ruas de Bruxelas na quinta-feira (18), cidadãos europeus são vistos coletando batatas que manifestantes tinham lançado contra a polícia.

As manifestações reuniram milhares de agricultores em um cerco do Parlamento Europeu na capital belga, enquanto líderes da União Europeia se reuniam no Parlamento Europeu para discutir o uso de ativos russos congelados para financiar a Ucrânia.

Ao perdedor, as batatas

O alvo da ira dos manifestantes é o acordo comercial entre a UE e o Mercosul — composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia — que também estava em discussão na cúpula. 

O acordo, que vem sendo negociado há 25 anos, visa a criação a maior zona de livre comércio do mundo, facilitando a exportação de produtos europeus para a América do Sul, principalmente automóveis e maquinário, e permitindo a entrada na UE de produtos sul-americanos, principalmente agrícolas e matérias-primas.

Os agricultores europeus afirmam que o tratado destruirá o tecido agropecuário dos continente e comprometerá a segurança alimentar, introduzindo uma concorrência injusta contra os produtos latino-americanos.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram os manifestantes bloqueando ruas com tratores, acendendo fogueiras em frente ao edifício do Parlamento Europeu e atirando batatas, que continuam dificultando o tráfego nas ruas de Bruxelas.