A Rússia não quer nada fora do comum em relação à construção de um novo sistema de segurança na Europa, apenas pede que sejam cumpridas as promessas assumidas pelos países ocidentais, declarou nesta sexta-feira (19) o presidente russo, Vladimir Putin.
Durante o tradicional balanço do ano, ao falar sobre a necessidade de estabelecer um novo sistema de segurança na Europa, Putin expressou sua esperança na criação de uma nova arquitetura a esse respeito, não por meio da expansão da OTAN, mas de uma forma que "ninguém seja excluído do processo nem colocado em condições difíceis".
Ele abordou o tema da cooperação entre a OTAN e a Rússia, lembrando que o país propôs duas vezes em sua história, em 1954, na época da União Soviética, e em 2000, aderir à aliança, mas os seus pedidos foram rejeitados.
"Não se tratava simplesmente de cooperação, mas de adesão direta. [...] Mas tanto no primeiro quanto no segundo caso, compreendemos que não havia lugar para nós lá", afirmou Putin.
Ele destacou ainda que as promessas feitas à Rússia sobre a não expansão do bloco militar ainda são ignoradas: "Mais uma vez, fomos enganados: houve várias ondas de expansão da OTAN. E, sem dúvida, o avanço da infraestrutura militar em direção às nossas fronteiras provocou e continua provocando uma preocupação legítima da nossa parte. É claro que, nessas condições, a criação de uma nova arquitetura de segurança na Europa é bastante atual", enfatizou o líder russo.
O presidente reiterou que seu país não exige "nada incomum" nas relações com o Ocidente e, em particular, com a Aliança Atlântica: "Não afirmamos que qualquer país não tenha o direito de escolher como assegurar sua própria segurança. O que defendemos é que essa escolha não represente ameaça a ninguém, inclusive a nós. Tampouco estamos fazendo exigências que já não tenham sido apresentadas anteriormente", destacou.
"Simplesmente insistimos no cumprimento das promessas e compromissos assumidos pelos nossos parceiros ocidentais. Eles nos enganaram, e queremos alcançar uma situação em que se construa um sistema de segurança confiável na Europa", insistiu ele.
Moscou tem declarado repetidamente que a hipotética adesão da Ucrânia à OTAN é uma das causas fundamentais do conflito em torno do país.
Vladimir Putin promove nesta sexta-feira (19) seu tradicional balanço do ano, um dos eventos políticos mais importantes, onde o presidente também responde a perguntas de jornalistas e cidadãos e estabelece novas metas para o ano seguinte.
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