
Trump não descarta guerra contra Venezuela
O presidente dos EUA, Donald Trump, não descartou abrir uma frente de guerra contra a Venezuela, após o aumento das agressões ao país sul-americano.
"Não estou descartando, não", disse o presidente em entrevista à NBC na quinta-feira (18).
Trump admitiu que os recentes ataques militares letais contra embarcações no Caribe e no Pacífico, classificados como "execuções extrajudiciais" por organizações internacionais, poderiam levar a um conflito em maior escala: "Não estou debatendo isso", afirmou.

Quando questionado se seu objetivo era derrubar o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, ele respondeu: "Ele sabe exatamente o que eu quero", disse Trump. "Ele sabe melhor do que ninguém".
Na quarta-feira (18), os EUA fizeram mais um ataque "cinético letal" contra uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no Pacífico, matando cinco pessoas.
Washington já fez diversas operações semelhantes como parte de sua política agressiva em relação a Caracas, sem apresentar provas de que as embarcações estejam ligadas ao narcotráfico.
Na terça-feira (16), Trump ordenou um "bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela" e designou o governo Maduro como uma "organização terrorista estrangeira".
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.

