Putin sobre possível congelamento de ativos russos: 'Não é um furto, é um assalto'

O presidente russo explicou que o congelamento dos ativos e os planos para sua apreensão não são um furto, mas um “roubo” descarado.

A possível apreensão dos ativos russos congelados em bancos europeus não pode ser qualificada como furto, é "um assalto", declarou o presidente Vladimir Putin, em sua tradicional maratona anual de perguntas e respostas, na sexta-feira (19). 

"Furto não é o termo correto. Furto é uma apropriação às escondidas de propriedade, mas aqui eles querem fazê-lo abertamente. É um assalto", denunciou o presidente.

"Mas por que esse assalto não pode ser feito? Porque as consequências podem ser graves para os assaltantes", acrescentou.

"Em primeiro lugar, não é fácil. Não só anunciaram que iriam assaltar e levar tudo, como uma das ideias era emitir um empréstimo garantido com os nossos ativos. Mas o que significa emitir um empréstimo? Tem consequências para o orçamento de todos os países", explicou o presidente.

"Se alguém concede algum empréstimo, mesmo com a garantia de nossas reservas de ouro e divisas, isso deve se refletir no orçamento do país que o concede", detalhou ele. 

"Mas há outras consequências mais graves para aqueles que tentam fazer isso. Não se trata apenas de um golpe à sua imagem, é um dano à confiança", continuou.

Putin destacou que muitos países têm seus ativos na zona do euro, como, é claro, os países produtores de petróleo, e que , ao verem o que está acontecendo, "já começam a ter suspeitas, dúvidas e receios".

"E o mais importante, seja o que for que assaltem e como o façam, algum dia terão que devolvê-lo. Além de tudo o que foi mencionado, defenderemos nossos interesses. Onde? Principalmente, nos tribunais. Especificamente, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para encontrar uma jurisdição que seja independente das decisões políticas", concluiu o chefe de Estado russo.