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Putin participa de tradicional evento anual de perguntas e respostas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fará o balanço anual em um formato integrado, que combina a tradicional sessão de perguntas diretas da população com uma coletiva de imprensa ampliada.
Putin participa de tradicional evento anual de perguntas e respostasSergey Bobylev/Sputnik

O presidente russo, Vladimir Putin, participa nesta sexta-feira (19) da tradicional maratona anual de perguntas e respostas, um dos eventos políticos mais importantes. Durante o encontro, Putin fará o balanço das ações realizadas ao longo do ano, apresentará novas diretrizes e responderá a perguntas de jornalistas.

O primeiro evento deste tipo foi realizado em 24 de dezembro de 2001. Desde 2023, o formato da chamada "Linha Direta" foi unificado à grande coletiva de imprensa anual.

Os participantes tiveram a oportunidade de enviar suas perguntas a Putin por telefone, SMS, redes sociais (VK, OK, Max), um aplicativo especial e outros canais. Nos eventos deste formato, o presidente costuma abordar o desenvolvimento econômico e os programas sociais, as medidas de apoio a famílias e regiões, a agenda internacional e a segurança nacional, assim como o progresso tecnológico, incluindo a inteligência artificial e a digitalização. 

De acordo com o Kremlin, este ano, as perguntas relacionadas aos participantes da operação especial são as mais importantes. Até 18 de dezembro, já haviam sido recebidas mais de dois milhões de perguntas para a "linha direta" com Putin, relatou a imprensa russa. 

Os representantes da imprensa internacional, inclusive de países hostis, também terão oportunidade de fazer perguntas a Putin.

Rússia está disposta a pôr fim ao conflito por meios pacíficos

A Rússia está disposta à pôr fim ao conflito ucraniano por meios pacíficos, declarou o presidente.

Putin destacou que, após as negociações em Istambul, a Ucrânia também aceitou inicialmente os acordos, mas logo desfez o consenso. Agora, o desejo de Kiev de pôr fim ao conflito não é visível, ressaltou.

"Permitam-me lembrá-los de como tudo começou: com o golpe de Estado na Ucrânia em 2014 e a ilusão de uma possível solução pacífica para todos os problemas após os acordos de Minsk", observou o presidente.

"A única coisa que quero dizer é algo que sempre afirmamos: estamos prontos e dispostos a pôr fim a este conflito por meios pacíficos, com base nos princípios que expliquei em junho passado no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, e abordando as causas profundas que levaram a esta crise", declarou.

Situação atual na linha de frente 

As tropas russas continuam avançando ao longo de toda a linha de frente, destacou o presidente russo.

Putin declarou que, com a libertação da província russa de Kursk, "a iniciativa estratégica passou completamente para as mãos das Forças Armadas russas".

"Nossas tropas estão avançando por toda a linha de frente. Em alguns lugares, mais rápido, em outros, mais devagar, mas o inimigo está recuando em todas as direções", afirmou.

Putin sobre possível congelamento de ativos russos: 'Não é roubo, é assalto'

A possível apreensão dos ativos russos congelados em bancos europeus não pode ser qualificada como furto, é "um assalto", declarou o presidente. 

"Furto não é o termo correto. Furto é uma apropriação às escondidas de propriedade, mas aqui eles querem fazê-lo abertamente. É um assalto", denunciou Putin.

"Mas por que esse assalto não pode ser feito? Porque as consequências podem ser graves para os assaltantes", acrescentou.

"Em primeiro lugar, não é fácil. Não só anunciaram que iriam assaltar e levar tudo, como uma das ideias era emitir um empréstimo garantido com os nossos ativos. Mas o que significa emitir um empréstimo? Tem consequências para o orçamento de todos os países", explicou o presidente.

Putin exalta prosperidade russa em oposição à crise europeia

A dívida pública russa continua entre as mais baixas das economias desenvolvidas, declarou o presidente da Rússia.

Putin ainda destacou que, em três anos, o crescimento da economia do país foi de 9,7%, um ritmo "muito mais alto do que na Europa". Ele também indicou que o problema de inflação na Rússia está se resolvendo, estimando uma taxa 5,7-5,8% no fim do ano.

Conforme o levantamento do portal analítico Trading Economics, a dívida pública da Rússia representa 16,7% do total do Produto Interno Bruto do país. O presidente Putin reafirmou que, nos próximos três anos, a dívida russa não deve subir a um nível superior a 20%.

Comparativamente, os países ocidentais registram níveis significativamente maiores: 44% no Reino Unido, 62% na Alemanha, 113% na França e 124% nos Estados Unidos.

Mais informações em breve.