
EUA colocam em risco a estabilidade energética global, alerta ministro da Defesa da Venezuela

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta quarta-feira (17) que as recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, são "delirantes" e colocam em risco a "estabilidade energética global".
Em um ato público, Padrino considerou que as declarações de Trump — que afirmou que a Venezuela deveria ceder seus recursos naturais como uma "restituição" aos EUA — mostram que a escalada de agressões de Washington contra Caracas é "por petróleo" e não pelo suposto combate ao narcotráfico.
🚨 El Vicepresidente Sectorial de Defensa y Soberanía, G/J @vladimirpadrino, calificó como delirantes las declaraciones del presidente @realDonaldTrump, quien solicitó un bloqueo naval en las aguas venezolanas del Caribe. pic.twitter.com/sg5ozkzzfU
— Agencia Venezuela News (@AgenciaVNews) December 17, 2025
"A Venezuela conquistou uma vitória diante da verdade. A verdade foi revelada: confissões das partes, apresentação de provas", disse o ministro, acrescentando que as ações hostis anunciadas têm como objetivo se apropriar das riquezas do país "pela força". "Eles querem roubá-los, não através do comércio lícito, e nós não vamos permitir isso".
Mais detalhadamente, o ministro classificou como "incoerente" e "delirante" a postura de Trump, que tenta alegar que os recursos naturais da Venezuela pertencem aos EUA.
"Eles estão demonstrando um desespero evidente na condução de sua política externa", afirmou.
Padrino considerou "perigoso" o discurso do presidente norte-americano e pediu que a comunidade internacional interceda para frear Washington, que passou da pressão com medidas coercitivas unilaterais e guerra psicológica para o "cerco militar".
#EnVideo📹| Vicepresidente Sectorial de Defensa y Soberanía, Vladimir Padrino López, expresó que el Gobierno de Estados Unidos ha demostrado una desesperación en el manejo de su política exterior, especialmente contra el pueblo de Venezuela.https://t.co/QiawKlgbzqpic.twitter.com/NJVkJNpLlJ
— Consulado de Venezuela en Canarias (@conscanarias_ve) December 17, 2025
"A comunidade internacional deve agir porque não só está sendo agredida toda a região, toda a Venezuela, mas toda a região latino-americana e caribenha, e está sendo colocada em risco a estabilidade energética mundial", destacou.
"Onde está o direito internacional?"
Em discurso, Padrino López questionou a inércia das organizações internacionais diante das agressões dos EUA contra a Venezuela, país do qual confiscou um petroleiro nas águas do Caribe, em um ato considerado "pirataria" por Caracas.
"O ordenamento jurídico internacional foi jogado no lixo? [...] Não serve para a manutenção da paz? Para onde vamos? Para onde nos levam? Voltaremos à guerra? A Venezuela continua levantando a bandeira da paz, da virtude e da liberdade", disse.
Agressões dos EUA no Caribe, em síntese
- Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.
