A Representação Permanente da Rússia na União Europeia rejeitou na terça-feira a aprovação do plano de destinar os lucros gerados pelos ativos russos congelados para a recuperação do setor militar da Ucrânia, dizendo que o bloco da UE terá que devolver "o que roubou".
De acordo com o comunicado, os Estados-membros da UE "conscientemente" tomaram a iniciativa de "roubar os ativos soberanos" de um país estrangeiro. A missão russa também enfatizou que Bruxelas inventou uma "justificativa legal" para sua "manipulação fraudulenta".
Com essa medida, o bloco confirmou que se sente no direito de "sequestrar" os fundos que lhe foram confiados, recusando-se a cumprir suas próprias obrigações de proteger a propriedade privada e os investimentos de capital, bem como de respeitar o direito internacional. "Dessa forma, o roubo foi oficialmente elevado ao status de ferramenta da política externa de Bruxelas", diz o documento.
Ainda segundo o documento, as consequências dessa decisão serão "sem dúvida imprevisíveis até mesmo para os próprios Estados-membros". "A única coisa previsível é que, mais cedo ou mais tarde, a UE será forçada a devolver o que roubou de nosso país", alertou.
O Kremlin advertiu recentemente que, se os países europeus entregarem à Ucrânia as receitas dos fundos russos congelados, eles enfrentarão as consequências negativas de tal decisão. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse que a UE "destruiria sua própria atratividade de investimentos" e "as bases de sua economia", porque a propriedade privada ou o direito de um Estado sobre suas posses "é sagrado e não pode ser tocado".