O presidente russo, Vladimir Putin, discursa nesta quarta-feira (17) em uma reunião ampliada do Ministério da Defesa da Rússia. O evento conta com a participação do ministro da Defesa russo, Andrey Belousov.
Iniciativa estratégica da Rússia
O presidente russo destacou que este ano foi um marco significativo na conquista dos objetivos da operação militar especial.
"O Exército russo conquistou e mantém firmemente a iniciativa estratégica ao longo de toda a linha de frente. Nossas tropas avançam com confiança e esmagam o inimigo", disse o presidente no início de seu discurso.
Putin observou que as posições que a Rússia estabeleceu nos últimos meses permitem acelerar a ofensiva em áreas estrategicamente importantes.
Ele detalhou que as forças e reservas de Kiev, "incluindo as chamadas unidades de elite e formações treinadas em centros militares ocidentais, abastecidas com equipamentos e armamentos estrangeiros modernos", estão sendo destruídas.
Heroísmo dos amigos norte-coreanos
O presidente elogiou o heroísmo dos soldados e oficiais russos que lutam na linha de frente. Ele também expressou sua apreciação pelas tropas norte-coreanas que batalharam na recuperação do território russo invadido pelas forças de Kiev.
"Lutaram bravamente contra o inimigo, ombro a ombro com os soldados russos, e participaram da árdua e extensa operação de desminagem do território libertado de Kursk", declarou.
O presidente russo pediu um minuto de silêncio em homenagem aos soldados caídos.
Inovação tecnológico-militar
Ele também enfatizou o alto nível de treinamento das unidades e formações russas, bem como sua capacidade de resistir aos desafios mais complexos, "inclusive com a participação de aliados e parceiros estrangeiros".
"Refiro-me ao aprimoramento de seus soldados, às melhorias qualitativas no sistema de comando e controle militar, ao treinamento operacional e de combate e, claro, ao aumento da eficiência da indústria de defesa, que foi rapidamente reestruturada", explicou. "Muitos processos tecnológicos e produtivos estão gerando artigos de alta demanda em volumes cada vez maiores".
Putin exaltou os esforços da indústria de defesa, que abastecem prontamente as forças armadas do país — terrestres, aéreas e marítimas — com equipamentos modernos.
Segundo ele, as forças terrestres estão sendo municiadas com diversos tipos de drones, sistemas de mísseis e artilharia de alta precisão. As forças aéreas recebem mísseis e bombas teleguiados com sistemas de correção capazes de superar interferência eletrônica, aumentando radicalmente sua eficiência. A Marinha, por sua vez, foi abastecida com 19 navios e embarcações de superfície neste ano, incluindo o recém-desenvolvido porta-mísseis Knyaz Pozharsky.
Putin declarou que o míssil hipersônico de alcance intermediário Oreshnik entrará em serviço de combate antes do final do ano, ou seja, nas próximas duas semanas.
O presidente também observou que o míssil de cruzeiro Burevestnik e o drone submarino Poseidon já estão operacionais, embora ainda sejam objeto de refinamento.
"Graças à sua propulsão nuclear, esses sistemas permanecerão únicos e inigualáveis por muito tempo, garantindo a paridade estratégica, a segurança e a posição global da Rússia nas próximas décadas", declarou.
A mentira da OTAN
O presidente ainda denunciou o suprimento contínuo pelo "envio de conselheiros, instrutores e mercenários" ao regime de Kiev pela OTAN, o maior bloco político-militar do mundo, responsabilizado pela escalada dos conflitos ao redor do mundo.
"Hoje, observamos que a situação geopolítica no mundo permanece tensa. E em algumas regiões, está se tornando verdadeiramente crítica", declarou Putin. "Os países da OTAN estão aumentando e modernizando ativamente suas forças ofensivas, criando e implantando novos tipos de armamento, inclusive no espaço".
Putin reiterou seu alerta sobre a militarização do continente europeu, instigada por discursos alarmistas acerca de um confronto supostamente inevitável com a Rússia.
"Eles são guiados por interesses políticos pessoais ou coletivos de curto prazo, não pelos interesses de seu povo. E estão intensificando cada vez mais o nível de histeria. Já disse isso repetidas vezes: é mentira. É um absurdo. Simplesmente um absurdo", acrescentou o presidente russo.
O presidente afirmou o compromisso russo com a busca de soluções diplomáticas, frustradas por aqueles convencidos que poderiam superar a Rússia pela força. Ele defendeu a adoção de uma relação cooperativa com os Estados Unidos e a Europa, saudando os progressos alcançados no diálogo com os americanos, embora lamente a indisposição da atual maioria dos líderes europeus.
"Os objetivos da operação militar especial serão alcançados"
Putin também esclareceu que os objetivos da operação militar especial serão, sem dúvida, alcançados, viabilizando a abordagem diplomática das causas profundas do conflito. "Se o lado oposto e seus patrocinadores estrangeiros se recusarem a participar de discussões substanciais, a Rússia libertará militarmente seus territórios históricos", completou.
Consecutivamente, ele declarou que as forças nucleares estratégicas da Rússia manterão sua função primordial de dissuadir agressões e preservar o equilíbrio global de poder. A indústria ainda deverá se empenhar no desenvolvimento de tecnologias de robótica e inteligência artificial, mantendo a vanguarda russa na área e introduzindo recursos de ponta em suas operações militares.
A fronteira espacial também foi demarcada por Putin, que definiu a prioridade de reforço da soberania tecnológica russa pelo desenvolvimento de seus satélites, aprimorando canais de informação que também viabilizam a comunicação rápida e segura das unidade militares e a navegação precisa.
Conquistas de libertação
O presidente indicou que, somente neste ano, as forças russas libertaram mais de 300 localidades, entre elas grandes cidades transformadas pelo inimigo em fortificações militares.
Ele exaltou as conquistas das forças armadas da Rússia, que continuam avançando na zona de conflito ucraniano e aumentando o ritmo das ofensivas em direções estrategicamente importantes. Atualmente, as tropas russas detêm vantagens significativas nas linhas de frente, que permitiram a libertação das cidades de Kupiansk e Volchansk, na província de Kharkov, e da cidade de Krasnoarmeisk, na República Popular de Donetsk.
Além disso, no início de dezembro, as tropas russas libertaram oito localidades na área da operação especial, incluindo a cidade estratégica de Seversk, localizada na República Popular de Donetsk, após semanas de intensos combates. O agrupamento de tropas Norte também concluiu na semana passada a libertação da cidade de Liman, na província de Kharkov.
"Gostaria de agradecer mais uma vez aos soldados e oficiais que estão na linha de frente, bem como a todos os participantes da operação militar especial, por seu heroísmo e dedicação", concluiu Putin.
"Tenho certeza de que vocês continuarão a zelar pela segurança e soberania da Rússia."