Na manhã desta quarta-feira, representantes da Noruega, Irlanda e Espanha anunciaram que seus países reconhecerão a Palestina como um Estado soberano a partir do dia 28 de maio.
A decisão da Noruega foi anunciada pelo primeiro-ministro do país, Jonas Gahr Store, e pelo chanceler norueguês, Espen Barth Eide. O chefe de Governo destacou que "não se pode haver a paz sem um estado Palestino", acrescentando que a medida não pode ser adiado até que uma resolução pacífica do conflito seja alcançada.
O reconhecimento representa um "dia importante e histórico para a Irlanda e a Palestina", declarou por sua vez o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, ao comunicar a decisão. De acordo com ele, tal passo representa um apoio inequívoco à solução de dois Estados, postulada como a única alternativa viável para alcançar a paz.
Harris, que lidera um Governo tradicionalmente afeito à causa palestina, estabeleceu ainda elos entre a causa palestina e a trajetória do povo irlandês, de acordo com a imprensa britânica. "Por causa de nossa própria História, sabemos o que [o reconhecimento] significa", declarou, em menção à independência irlandesa do Reino Unido no século XX. "Mas deixe-me ser bem claro: o Hamas não é o povo palestino. A decisão de reconhecer a Palestina é tomada para criar um futuro de paz", acrescentou.
Pedro Sánchez, presidente do Governo espanhol, foi ainda mais enfático durante seu comparecimento ao Congresso. "O primeiro-ministro [de Israel, Benjamin] Netanyahu continua fazendo ouvidos surdos, continua bombardeando hospitais, escolas, continua punindo mais de um milhão de crianças inocentes com fome, frio e terror", declarou.
Sánchez também realizou comentários negativos em relação ao Hamas, declarando que a medida não favorece o grupo islâmico. ''Esse reconhecimento não é contra ninguém, é a favor da paz e da coexistência'', disse.
Resposta israelense
Diante dos anúncios, Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, anunciou que convocaria os embaixadores de Israel na Irlanda e na Noruega para fins de consulta. "Israel não permanecerá em silêncio diante daqueles que minam sua soberania e colocam em risco sua segurança", declarou ele em uma "mensagem clara e inequívoca" aos dois países.
Para Katz, a decisão das nações europeias transmite, para os palestinos e para o mundo, a mensagem de que "o terrorismo compensa". ''Depois que a organização terrorista Hamas realizou o maior massacre de judeus desde o Holocausto, depois de cometer crimes sexuais hediondos testemunhados pelo mundo, esses países decidiram recompensar o Hamas e o Irã reconhecendo um Estado palestino".