O Kremlin afirmou que Moscou não recebeu nenhum sinal sobre negociações entre a Europa e os Estados Unidos para um acordo sobre o conflito ucraniano. A declaração foi feita nesta terça-feira (16) pelo porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, ao responder a uma pergunta do correspondente do Izvestia, Anton Zolotnitsky.
Questionado sobre quando poderia ocorrer uma nova rodada de contatos entre Rússia e Estados Unidos sobre a resolução do conflito na Ucrânia, Peskov afirmou que, antes de falar em datas, "é preciso primeiro conhecer o que será elaborado como resultado das negociações que os americanos mantêm com os ucranianos, com a participação dos europeus".
O porta-voz do Kremlin também ressaltou que, na avaliação de Moscou, o envolvimento dos países europeus no processo de resolução do conflito "não prenuncia nada de bom".
Desde que vieram a público as iniciativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para resolver a crise ucraniana, líderes da União Europeia vêm tentando pressionar Washington a incluir em seu plano disposições que beneficiem os europeus e Kiev. Nesta terça-feira, a inteligência russa revelou que Londres estaria inclusive considerando "chantagear" os EUA para frustrar um acordo sobre a Ucrânia considerado inaceitável pelo bloco.
- As últimas rodadas de conversas entre Estados Unidos e o regime de Kiev ocorreram em Berlim nos dias 14 e 15 de dezembro, com a participação de Vladimir Zelensky, que se reuniu com os enviados especiais de Donald Trump, Steve Witkoff e Jared Kushner.
- Os contatos foram realizados em coordenação com os parceiros europeus de Kiev. Segundo Zelensky, cinco documentos relacionados à resolução do conflito foram discutidos em sua presença.
- O próprio líder do regime ucraniano afirmou que as negociações em Berlim como "não foram fáceis". "Mas foi uma conversa produtiva, com muitos detalhes, muitíssimos", acrescentou.
- Após o encontro, o presidente Donald Trump reiterou que a Ucrânia já perdeu território no conflito com a Rússia e deveria fazer concessões. Enquanto isso, a agência Reuters indica que Kiev solicitou novas conversas diante das significativas divergências sobre a questão territorial.