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'No blood for oil': Maduro reitera apelo ao povo dos EUA contra guerra por petróleo

O presidente venezuelano pede que os norte-americanos rejeitem qualquer escalada militar na América do Sul.
'No blood for oil': Maduro reitera apelo ao povo dos EUA contra guerra por petróleoJesus Vargas / picture alliance / Gettyimages.ru

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a pedir nesta segunda-feira que a população dos Estados Unidos se oponha ativamente ao início de uma "guerra insana" por petróleo na América do Sul.

"Amargados do mundo e do império [EUA]: deixem a amargura. 'Don’t worry, be happy'. 'No crazy war', 'no blood for oil'. Essa é a nossa mensagem ao querido povo dos EUA, da parte do povo da República Bolivariana da Venezuela", afirmou Maduro durante seu programa Con Maduro+.

Na última quinta-feira, o mandatário já havia convocado os povos da América Latina e dos EUA a se unirem "para ganhar a paz, amarrar as mãos dos belicistas e derrotar os planos de uma guerra louca". "Não à guerra por petróleo! Não a sangue por petróleo!", declarou em um bairro popular de Caracas.

Maduro reforçou que o apelo não é uma opinião pessoal, mas reflete pesquisas realizadas nos EUA. Segundo ele, levantamentos indicam que 70% da população norte-americana é contra "o assassinato de marinheiros no Caribe" e rejeita "a escalada militarista, extremista e supremacista" promovida pela Casa Branca.

"O destino dos povos dos EUA e da Venezuela tem que ser a amizade e a paz. Nós estamos no norte da América do Sul, eles no Norte da América. Somos sul-americanos, com raízes profundas, identidade própria e um povo glorioso que fez a grande revolução americana do Sul: o povo de Simón Bolívar", concluiu.

Agressões dos EUA

  • Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.