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The Economist: Zelensky grita com seus generais por medo que lhe escondam a verdade

O relato da imprensa britânica aparece em meio a novos avanços russos e à incapacidade de Kiev de recuperar o controle sobre os territórios perdidos.
The Economist: Zelensky grita com seus generais por medo que lhe escondam a verdadeGettyimages.ru / Ukrainian Presidency / Handout / Anadolu Agency

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, grita com os generais das Forças Armadas do país por temer que estejam escondendo a verdade sobre a situação no campo de batalha, informou o The Economist na segunda-feira, citando um funcionário ucraniano.

De acordo com a fonte anônima do veículo britânico, é possível que o mandatário tenha a sensação de que não estão lhe contando toda a verdade sobre a situação das tropas. "Pelo menos, é isso que está gritando para seus generais", observa o oficial.

O Exército russo está atualmente avançando em sua ofensiva na província de Kharkov, o que está irritando os soldados na região, de acordo com o The Economist. Os militares criticam os atrasos na ajuda ocidental e até sugerem que os políticos em Kiev ou Washington podem estar "vendendo" Kharkov antes de um acordo de paz.

A narrativa oficial ucraniana, que apresenta um quadro otimista, pouco faz para acalmar os ânimos, observa o veículo. "Estão dando um banho quente no Zelensky", declarou Denis Yaroslavsky, oficial das forças especiais ucranianas. "Achamos que o presidente deveria se sintonizar com a situação no terreno", acrescentou.

O mandato de Zelensky expirou em 20 de maio em meio a novos avanços russos e à incapacidade de Kiev de recuperar o controle sobre os territórios perdidos. No mesmo dia, a Rússia liberou outra localidade na República Popular de Lugansk.

Enquanto isso, a aprovação de Zelensky no Exército não ultrapassaria 20%, disse o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR, por suas siglas em russo) na segunda-feira, citando pesquisas sociológicas fechadas realizadas por norte-americanos e europeus. Isso ocorre porque os soldados ucranianos estão cada vez mais indignados com as leis aprovadas pelo mandatário, que os obrigam a lutar incansavelmente na linha de frente.

Além disso, o líder ucraniano assinou "uma lei de mobilização polêmica" que reduziu a idade de recrutamento de 27 para 25 anos e endureceu a punição para aqueles que tentam fugir do Exército. Há meses, na Ucrânia são registadas numerosas denúncias sobre a mobilização forçada de muitos homens.