
Maior petrolífera venezuelana denuncia 'ciberataque' com objetivo de paralisar operações

A estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) informou nesta segunda-feira (15) que "foi alvo de um ataque cibernético com o objetivo de interromper suas operações".

Em um comunicado publicado nas redes sociais, a empresa detalhou que "as áreas operacionais não sofreram nenhum impacto" e que o ataque se limitou ao sistema administrativo.
A PDVSA afirmou que "a continuidade operacional da indústria está mantida" por meio da "implementação de protocolos seguros que permitem suas atividades regulares no fornecimento de produtos no mercado nacional, bem como o cumprimento de todos os seus compromissos de exportação".
Assalto a navio petroleiro
"Esta tentativa de agressão soma-se à estratégia pública do governo dos EUA de se apropriar do petróleo venezuelano por meio da força e da pirataria", afirma o documento.
A petrolífera venezuelana afirma que a "ação desprezível" foi "orquestrada por interesses estrangeiros em conluio com fatores desleais que buscam violar o direito do país ao seu desenvolvimento energético soberano".
O ataque denunciado ocorre dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado a "apreensão" de um navio petroleiro na costa venezuelana. Caracas classificou este ato como um "roubo descarado" e um ato de "pirataria internacional".
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.

