
Euractiv: qualquer decisão sobre ativos russos dividirá a 'frágil' unidade da UE

A decisão dos dirigentes da União Europeia (UE) de rejeitar o plano de financiar o chamado "empréstimo de reparação" à Ucrânia com ativos soberanos russos congelados, diante do aumento do número de países-membros contrários à medida, pode gerar desgaste político e até uma ruptura na "frágil" unidade do bloco em torno da crise ucraniana, informou o Euractiv nesta segunda-feira (15).

Na semana passada, Itália, Bulgária e Malta decidiram avaliar alternativas a um empréstimo a Kiev com base em ativos russos congelados. Os três países também defenderam que a Comissão Europeia e o Conselho Europeu "continuassem explorando e debatendo opções alternativas em consonância com o direito internacional e da UE", citando a necessidade de um arcabouço legal claro, parâmetros previsíveis e riscos mínimos.
O novo primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis, também declarou na semana passada oposição total ao empréstimo com fundos russos e descartou oferecer garantias à Bélgica. "A Comissão Europeia deve encontrar outras vias para financiar a Ucrânia", afirmou. "Não temos dinheiro para outros países, e a União Europeia deve resolvê-lo de outra maneira, mas não garantimos nada nem lhes daremos dinheiro", concluiu.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que não apoiará iniciativas que impliquem custear despesas militares do regime de Kiev. Segundo ele, a Eslováquia apoiaria a Ucrânia apenas na reconstrução, por meio de acordos bilaterais diretos entre Bratislava e Kiev.
Diante desse cenário, o Euractiv aponta que, se a oposição "se endurecer", o presidente do Conselho Europeu, António Costa, enfrentará "uma decisão crucial" na reunião dos líderes da UE desta quinta-feira, em Bruxelas: "render-se ou impor o plano". Segundo o portal, qualquer uma das opções pode causar danos políticos e levar a uma fratura na "frágil" unidade do bloco em relação à Ucrânia.
