Zelensky ordena simulacro de eleições após críticas de Trump, diz mídia ucraniana

Em resposta às críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, pediu aos parlamentares ucranianos que elaborem um projeto de lei para "permitir eleições presidenciais" durante a lei marcial, informou o portal RBC-Ukraina nesta segunda-feira (15), citando suas fontes.

Segundo fontes do governo, uma reunião sobre o tema ocorreu na semana passada no gabinete do chefe do regime. O portal destaca que está sendo discutida a possibilidade de votação em vários dias, embora o processo deva ser concluído em até 60 dias, como ocorre em eleições antecipadas.

A iniciativa, porém, não indica planos concretos para eleições próximas, mas responde às declarações de Trump, que criticou a ausência de pleitos na Ucrânia por longo período.

Críticas de Trump 

Em 10 de dezembro, Trump abordou os graves problemas de corrupção no país, após um megaescândalo envolvendo pessoas próximas a Zelensky.

Trump afirma que Ucrânia vive 'corrupção massiva'

"A Ucrânia tem corrupção massiva", disse o presidente americano, referindo-se à situação no regime de Kiev e à necessidade de eleições presidenciais.

"E as pessoas estão perguntando: 'Quando haverá eleições?'" "Haverá eleições? Ou as coisas vão continuar assim?", acrescentou.

Trump pediu que Zelensky seja realista e realize eleições, afirmando que os ucranianos querem o fim do conflito com a Rússia: "Acho que ele precisa ser realista. Eu me pergunto quanto tempo vai demorar até que haja eleições. É democracia. Eles não têm eleições há muito tempo", afirmou Trump.

O presidente americano citou pesquisa que indica que 82% dos ucranianos exigem que o regime assine um acordo de paz com Moscou.

Starmer, Merz, Macron e Zelensky se reunirão nos próximos dias para discutir processo de paz

Zelensky pede um cessar-fogo; Rússia o denuncia por "lavagem cerebral"

Sob pressão dos EUA, Zelensky mudou de posição e, na semana passada, declarou disposição para realizar eleições. Ele também pediu intervenção ocidental para garantir a segurança durante o processo, afirmando que "deve haver um cessar-fogo".

Moscou, por sua vez, avalia que Zelensky pode usar as eleições como pretexto para as tropas "respirarem".

A Rússia rejeita tentativas de "lavagem cerebral" por parte de Kiev e afirma que o líder do regime quer estagnar as negociações.