Kremlin: impedir a adesão da Ucrânia à OTAN é uma questão fundamental

O porta-voz presidental Dmitry Peskov respondeu as dúvidas de repórteres quanto à sinalização de Zelensky, supostamente disposto a abandonar a demanda.

A garantia de que a Ucrânia se manterá fora da OTAN é uma das exigências fundamentais da Rússia no processo para alcançar o fim do conflito com Kiev e deve ser tema de um debate especial, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

"Essa questão é fundamental. É claro que deve ser objeto de um debate especial, além das questões principais. É isso que constitui o processo de negociação, que não queremos realizar em formato megafone", destacou Peskov, respondendo a comentários anteriores do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, que sinalizou a disposição de abandonar essa demanda.

Barganha

Zelensky propôs a renúncia da adesão à OTAN como uma "concessão" para a solução para o conflito ucraniano, em declarações feitas no domingo (14). Sua posição foi noticiada antes do início das negociações na Alemanha entre representantes de Washington e do regime de Kiev, que continuarão nesta segunda-feira (15).

Ele indicou que consideraria essa possibilidade em troca de garantias de segurança do Ocidente, semelhantes ao Artigo 5 da OTAN sobre proteção mútua para qualquer membro sob ataque.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ao Politico na terça-feira (9) que a OTAN não tinha nenhuma intenção de admitir a Ucrânia como membro há muito tempo.

Moscou declarou repetidamente que a hipotética adesão da Ucrânia à OTAN é uma das causas fundamentais do conflito ucraniano. O presidente russo Vladimir Putin afirmou que a entrada do país vizinho na aliança militar representa "uma ameaça direta" à segurança da Rússia.

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