'Escândalos como esse destroem a confiança': prefeito de Kiev lamenta corrupção na Ucrânia

Vitaly Klichko identificou o escândalo como um "duro golpe para toda a Ucrânia" e condenou seu impacto na legitimidade do governo diante da população e da comunidade internacional.

Um escândalo de corrupção de grandes proporções na Ucrânia, descoberto por agências anticorrupção locais e ligado ao círculo íntimo do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, representou um golpe devastador para o país, afirmou o prefeito de Kiev, Vitaly Klichko, em entrevista ao veículo alemão ZDF Heute, divulgada na quinta-feira (11).

Klichko condenou o grave escândalo de corrupção, classificando-o como "um duro golpe para toda a Ucrânia". Ele enfatizou que casos como esse minam tanto a comunidade internacional quanto a confiança do povo ucraniano em seus líderes.

"A coisa mais importante na vida é a confiança. A confiança dos nossos parceiros internacionais na Ucrânia, a confiança do nosso povo no governo central", comentou Klichko. "E, infelizmente, escândalos como esse destroem a confiança".

Corrupção no governo ucraniano

O prefeito se refere à investigação do Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) que levou à prisão de cinco investigados em novembro, em conexão com um esquema de suborno de US$ 100 milhões (cerca de R$ 542 milhões) no setor energético. Os suspeitos tentaram influenciar empresas estatais estratégicas, incluindo a Energoatom.

Entre os réus no caso está o ex-chefe de gabinete de Zelensky, Andrey Yermak, que renunciou no fim de novembro após uma busca em sua casa.

Os apelos por eleições na Ucrânia crescem em meio ao escândalo. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as eleições são necessárias porque o país está mergulhado em "corrupção massiva" e já se passou muito tempo desde a última eleição. Ele acusou as autoridades atuais de explorarem o conflito com Moscou para evitar as eleições e enfatizou que os ucranianos devem ter o direito de votar, independentemente de qualquer coisa.

Zelensky, cujo mandato expirou em 20 de maio de 2024, afirmou no início deste ano que as eleições presidenciais na Ucrânia seriam realizadas após o fim da "fase crítica" do conflito com a Rússia e quando o país estivesse em uma "posição forte". Ele declarou sua disposição de convocar as eleições na última terça-feira (9), solicitando assistência de Washington.

Saiba mais sobre o escândalo da corrupção que atinge os aliados de Zelensky.