
Petroleiros começam greve nacional contra proposta da Petrobras

Petroleiros de todo o país iniciam greve nacional nesta segunda-feira (15) em resposta ao impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026 com a Petrobras. A decisão foi tomada após assembleias em todas as bases, que consideraram a segunda contraproposta apresentada pela estatal insuficiente e desfavorável à categoria.

Segundo sindicatos e representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve é uma resposta à postura considerada "intransigente" da Petrobras e visa pressionar a empresa a apresentar uma proposta que reconheça a importância estratégica dos petroleiros para o país e ofereça condições de trabalho e remuneração dignas.
Representantes sindicais afirmam que a nova oferta da empresa mantém o arrocho salarial, desvaloriza trabalhadores ativos e aposentados e ignora pontos centrais das reivindicações, como solução para os déficits dos planos de aposentadoria e avanços no plano de cargos e salários.
Greve e mobilização
Um dos principais focos de insatisfação é o contraste entre o discurso de "aperto dos cintos", adotado pela empresa frente aos trabalhadores, e a divulgação de lucros recordes de R$ 32,7 bilhões no último trimestre, coincidente com o início das negociações. Os sindicatos avaliam que a categoria enfrenta perdas, enquanto a estatal privilegia acionistas com dividendos e resultados extraordinários.
Os trabalhadores organizaram uma vigília de aposentados na quinta-feira (11) em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro, no Edifício Senado (Edisen), enquanto representantes se reuniram com integrantes do governo e da empresa em Brasília.
As centrais divulgaram orientações de greve, reafirmando o compromisso de paralisação das atividades presenciais e limitação à comunicação coletiva com a representação da Petrobras.
Citada pelo Brasil de Fato, a Sindipetro RJ organiza mobilizações em várias unidades operacionais e pontos estratégicos no estado, incluindo o Aeroporto de Maricá, Terminais Aquaviários da Baía de Guanabara (TABG), o Terminal de Angra dos Reis (Tebig), o Complexo de Energias Boaventura e plataformas petrolíferas.
Contrapartida
A Petrobras informou por nota que respeita o direito de manifestação dos empregados e que mantém canais de diálogo com as entidades sindicais. A empresa afirmou que está em negociação do ACT e destacou que pretende concluir um novo acordo coletivo com avanços para a categoria.
A companhia declarou que, em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para garantir a continuidade das atividades.
- Caracterizando as equipes de contingência como "fura-greve", a Sindipetro RJ já se manifestou no domingo (14) em repúdio às ações da empresa, que acusam de impedir o desembarque de terceirizados para priorizar o embarque dos trabalhadores não mobilizados.
