A missão diplomática de Belarus no Brasil emitiu, na segunda-feira, um comunicado anunciando a criação do Clube de Negócios Belarus-Brasil, com o objetivo de fortalecer a atividade comercial com o seu principal parceiro estratégico na América Latina.
Em março, Sergey Lukashevich, o então-embaixador de Belarus no Brasil (que deixou seu posto para assumir o cargo de vice-ministro das Relações Exteriores do país), realizou uma entrevista destacando a importância das relações comerciais Minsk-Brasília. "O Brasil tem três, quatro safras. Na minha terra, há só uma safra", declarou à época.
Na ocasião, o representante divulgou as articulações para abrir uma fábrica de tratores no Brasil. Bem como a China, Belarus é um dos principais e mais tradicionais produtores desse tipo de veículo no mundo, em decorrência da tradição industrial soviética.
"Temos propostas de três regiões do Brasil, e estamos no processo de ajuste a esse projeto, de eleger o lugar mais adequado, com mais consumidores, para não perder tempo com o transporte. É um processo bem detalhado, bem comercial", explicou Lukashevich à época.
Apesar do país produzir todos os tipos de tratores, o foco inicial será na produção de veículos menores, para "ajudar o agricultor pequeno, familiar, que tem grande demanda". Tudo isso gerando "empregos e arrecadação" no Brasil, rejeitando a ideia de simplesmente importar os veículos.
"Gostaríamos de produzir um trator aqui, brasileiro. Não é trazer um de Belarus, é fazer a combinação. Nossa ideia é trazer a tecnologia, e implementar aqui em condições locais".
"É um trator bem básico, bem simples, que é um foco nosso. O Brasil não tem problemas com tratores grandes, enormes, que é possível manejar via satélite", declarou o representante em uma entrevista anterior. "Mas falta, e o presidente Lula tem destacado a necessidade de que os agricultores menores, que atuam no modelo de produção de agricultura familiar, sejam atendidos", acrescentou.
Além da potencial produção de tratores, o país já se destaca pela exportação de adubos e fertilizantes para o mercado brasileiro. De acordo com dados da Comex, o volume de produtos nesse sentido totalizou 13,4 bilhões em 2024. O Brasil, em contrapartida, exporta toneladas de bens alimentícios.