Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado (14) em 47 cidades do país para protestar contra o Projeto de Lei conhecido como PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados.
Os manifestantes apontam que o texto pode favorecer condenados por tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e três meses de prisão. Os atos foram organizados por movimentos sociais e políticos ligados à esquerda, com ampla participação popular em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, João Pessoa e Brasília.
Na avenida Paulista, em São Paulo, os protestos reuniram uma multidão em frente ao Masp. As principais críticas foram dirigidas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ao Congresso.
Com cartazes e palavras de ordem como "sem anistia", manifestantes também cobraram o fim das emendas parlamentares e repudiaram o projeto do marco temporal. O ministro Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) foi o primeiro a discursar, afirmando que a "escala 6x1" é a verdadeira pauta de interesse popular.
No Rio de Janeiro, a manifestação reuniu parlamentares e artistas, com expectativa de apresentação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Paulinho da Viola.
No trio elétrico, discursaram Glauber Braga (PSOL-RJ), Lindbergh Farias (PT), Talíria Petrone (PSOL), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB). Lindbergh celebrou a renúncia de Carla Zambelli e disse que vai pressionar para que o presidente da Câmara leve adiante o processo de cassação do mandato.
Outras cidades também registraram protestos. Em Salvador, uma marcha pela orla foi puxada por mulheres e abordou tanto o PL da Dosimetria quanto o aumento dos feminicídios.
Em João Pessoa, cidade natal de Hugo Motta, os manifestantes pediram sua saída da presidência da Câmara.
A mobilização nacional é uma reação à aprovação do PL da Dosimetria por 291 votos a 148. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado antes de seguir para sanção do presidente Lula (PT).