Estudante brasileira cria copo que identifica drogas e metanol em bebidas em apenas 15 segundos

Uma estudante do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG), desenvolveu um copo inovador que muda de cor ao detectar a presença de drogas dopantes ou metanol em bebidas. O projeto é assinado por Rayana Fernanda dos Santos Silva, aluna de engenharia biomédica, e ganhou destaque na Feira Tecnológica do Inatel (Fetin) de 2024.
Batizado de "Safo Sip" ("gole seguro", em tradução livre), o copo ecológico utiliza uma fita gelatinosa feita com antocianinas, pigmentos naturais que reagem à variação de pH. Ao entrar em contato com substâncias adulterantes, a cor original roxa muda para rosa (drogas) ou amarelo neon (metanol). O resultado aparece em até 15 segundos, sem alterar o sabor ou cheiro da bebida.
Segundo a professora Maysa Costa Alves, que orienta o projeto, a tecnologia não identifica uma droga específica, mas reage à presença de substâncias dopantes com base no pH. Em entrevista ao portal g1, ela explicou que "o pH é uma das pistas usadas em análises toxicológicas, porque soluções caseiras do GHB de sódio costumam ser bem alcalinas".
A invenção foi pensada para proteger o consumidor em festas e eventos, onde a detecção visual de drogas é quase impossível. "Estudos indicam que cerca de 25% das mulheres já foram vítimas desse tipo de crime", afirmou Rayana também em entrevista ao g1, destacando a urgência de uma solução acessível e eficiente.
Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil em 2025, a startup Green Byte Solution, fundada pela própria estudante, adaptou o copo para detectar também essa substância. O país registrou 73 casos e 22 mortes, o que impulsionou a ampliação do projeto para enfrentar outro grave problema de saúde pública.
Além da segurança, o Safo Sip também se destaca pelo apelo ambiental. Inicialmente produzido com bagaço de cana, o copo agora é feito de plástico biodegradável, que se decompõe em até seis meses. A startup está em fase de pré-incubação e busca investimento para patentear a tecnologia e colocá-la no mercado.
"A expectativa é que o nosso copo chegue em breve ao mercado. E se a gente conseguir impedir um caso de intoxicação por metanol ou que alguém caia em um golpe por conta de bebida adulterada, a gente já está cumprindo com o nosso propósito", concluiu Rayana.
