
Milhares de venezuelanos saem às ruas em todo o país em protesto contra roubo de petróleo pelos EUA

Manifestações multitudinárias foram realizadas no sábado (14) em várias cidades da Venezuela para rejeitar as contínuas agressões dos EUA, que nesta semana atingiram uma nova escalada.
Entre os slogans, os cidadãos mostraram seu desacordo com o roubo de petróleo nacional após o recente sequestro por tropas americanas de um navio petroleiro no Mar do Caribe que navegava perto da costa da República Bolivariana.

"Aqui está um povo que se respeita. Um povo patriota, aguerrido e disposto a defender nossa pátria e nossos recursos naturais", opinou uma manifestante em uma marcha em Caracas à RT. "Somos um país livre e soberano e nossos recursos são administrados por nós", acrescentou em uma mensagem inflamada dirigida ao presidente americano Donald Trump.
"Não vamos desistir"
Por sua vez, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, reiterou na sexta-feira (14) que seu país não renunciará, em nenhuma circunstância, à defesa de sua soberania.
"O governo dos EUA deve saber que não vamos desistir. É historicamente impossível para nós desistirmos, depois das lições de história que aprendemos, que nos foram ensinadas pelos nossos libertadores e libertadoras", advertiu o alto funcionário em um discurso televisionado.
Putin expressa apoio a Maduro
O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, para expressar seu apoio. "Vladimir Putin expressou sua solidariedade ao povo venezuelano e reafirmou seu apoio à linha de ação adotada pelo governo de Nicolás Maduro, que visa defender os interesses nacionais e a soberania sob crescente pressão externa", declarou o Kremlin.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.

