
Alemanha e Polônia planejam trincheiras e defesas antitanque perto da fronteira com a Rússia

Alemanha e Polônia vão cooperar na construção de trincheiras e obstáculos antitanque em áreas próximas à fronteira com a Rússia. A informação foi confirmada na sexta-feira (12) ao jornal Bild por um porta-voz do Ministério da Defesa alemão. A iniciativa integra um plano de reforço defensivo no flanco oriental da OTAN.

Segundo o ministério, a Alemanha planeja deslocar "várias dezenas" de militares para a Polônia a partir de abril de 2026. Os soldados do Exército alemão participarão da chamada Operação Escudo do Leste, iniciativa polonesa em andamento desde maio de 2024, em regiões próximas a Kaliningrado, território russo, e à Belarus.
A missão dos militares alemães será voltada a trabalhos de engenharia. Estão previstas a escavação de trincheiras, a construção de posições defensivas, a instalação de arame farpado e a colocação de barreiras antitanque. O deslocamento pode se estender até o fim de 2027.
O Ministério da Defesa destacou que o envio não exige autorização do Parlamento, pois não se enquadra legalmente como "emprego das Forças Armadas alemãs no exterior". O ministro da Defesa, Boris Pistorius, afirmou que "não se espera uma ameaça direta decorrente de combates militares", ressaltando o caráter defensivo e não armado da missão.
Desde novembro de 2024, Alemanha e Polônia cooperam também em defesa aérea. De acordo com o Bild, sistemas de mísseis Patriot alemães estão posicionados em Rzeszów, e, desde dezembro de 2025, um esquadrão da Força Aérea alemã permanece em Malbork, a cerca de 60 quilômetros da província russa de Kaliningrado.
Alarme falso da Europa
A iniciativa ocorre em meio a debates na Europa sobre uma possível ameaça russa ao bloco europeu. Parte da imprensa tem levantado alertas falsos sobre um suposto risco de ataque à União Europeia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou repetidas vezes essa intenção.
"Não vamos entrar em guerra com a Europa, já disse isso cem vezes", afirmou o mandatário em 2 de dezembro, acrescentando que "se a Europa de repente quiser entrar em guerra conosco e o fizer, estamos preparados desde agora".

