Rússia rejeita acusações alemãs de ataques cibernéticos e acusa Berlim de fomentar clima antirruso

Embaixada russa na Alemanha classificou alegações como "infundadas" após convocação do embaixador por suposta desinformação e ataques hackers.

A Rússia rejeitou categoricamente na sexta-feira (12) as acusações feitas pela Alemanha sobre um suposto envolvimento de Moscou em ataques cibernéticos e ações de desinformação, afirmando que as alegações são "infundadas, sem base e absurdas".

A posição foi divulgada pela embaixada russa em Berlim após o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha convocar o embaixador russo, Sergey Nechayev, para prestar esclarecimentos.

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, Martin Giese, a convocação ocorreu para protestar contra "desinformação russa e ciberataques".

Na sexta-feira (12), Giese mencionou suspeitas de interferência russa nas eleições federais alemãs de 2025 e citou um ataque contra um controlador de tráfego aéreo alemão, atribuído a dois grupos hackers em agosto. De acordo com o porta-voz, haveria ligações entre os ataques e o serviço de inteligência militar russo.

Em resposta, a embaixada russa afirmou que Nechayev "rejeitou categoricamente" qualquer envolvimento da Rússia e classificou as acusações como "um novo passo hostil" destinado a alimentar sentimentos antirrussos na Alemanha e prejudicar as relações bilaterais.

A representação diplomática também criticou o que chamou de "histeria" em torno de alertas da União Europeia e de acusações sobre supostos planos russos de atacar a OTAN.

Negociações em andamento

O comunicado citou ainda as negociações mediadas pelos Estados Unidos sobre o conflito na Ucrânia, apontadas como um ponto de tensão entre países europeus da OTAN e Moscou.

De acordo com a embaixada, a Rússia permanece aberta a negociações, desde que "considerem os interesses de segurança russos e contribuam para resolver as causas do conflito na Ucrânia".

"É lamentável que as elites europeias continuem apoiando o regime de Kiev, prolongando a guerra e impedindo qualquer avanço em direção a uma solução pacífica", diz um trecho da nota.