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Moscou: Nossa resposta ao congelamento de ativos russos pela UE não se fará esperar

"Não importa quais truques pseudojurídicos Bruxelas use para justificá-lo, estamos diante de um caso de roubo puro e simples", enfatizou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Moscou: Nossa resposta ao congelamento de ativos russos pela UE não se fará esperarSputnik

A resposta da Rússia ao congelamento de seus ativos soberanos pela União Europeia não demorará a chegar, alertou neste sábado (13) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

"Nossa resposta não se fará esperar", afirmou em resposta à decisão do bloco comunitário de bloquear indefinidamente os ativos do Banco Central da Rússia que estão congelados na Europa e à iniciativa de usá-los para financiar a Ucrânia. "Tais crimes não ficam sem consequências nas relações internacionais", enfatizou.

"Um caso de roubo puro e simples"

A porta-voz enfatizou que qualquer ação da UE com os ativos soberanos russos (bloqueio indefinido, apreensão ou o chamado "crédito de reparações") sem o consentimento de Moscou constitui "uma grave violação do direito internacional". "Não importa quais truques pseudojurídicos Bruxelas use para justificá-lo, estamos diante de um caso de roubo puro e simples", sublinhou.

Zakharova observou que é revelador que "a Comissão Europeia justifique suas propostas de uso indevido de ativos russos citando disposições do quadro jurídico da UE, que prevêem a possibilidade de tomar medidas de emergência diante de uma situação econômica difícil" dentro do próprio bloco. "Assim, a própria UE está se expondo: não se trata apenas de financiar um projeto ucraniano fracassado, mas também de um claro desejo de melhorar a situação econômica usando bilhões das reservas estatais russas", continuou.

Ele também observou que a tentativa de demonstrar a suposta "unidade" da região fracassou retumbantemente, uma vez que "os representantes de vários Estados-membros da União Europeia declararam abertamente sua rejeição categórica ao plano manifestamente fraudulento perpetrado pela Comissão Europeia, com o apoio de capitais agressivamente russofóbicos da UE, em relação aos ativos russos".

Desacordo na UE e advertência de Moscou

  • Desde fevereiro de 2022, países ocidentais (EUA, UE, Reino Unido, entre outros) mantêm congelados mais de US$ 300 bilhões em ativos estatais russos. Cerca de US$ 242,8 bilhões desses ativos estão no bloco comunitário, depositados em sua maior parte na financeira belga Euroclear

  • Em setembro, a Comissão Europeia propôs conceder à Ucrânia um "empréstimo de reparação" de 140 bilhões de euros (US$ 162 bilhões), financiado com os ativos russos congelados
  • A Bélgica reiterou sua rejeição à iniciativa, argumentando que o país poderia acabar sendo processado judicialmente por Moscou.
  • Em 3 de dezembro, a Comissão Europeia apresentou dois esquemas de financiamento plurianual para a Ucrânia: emissão de dívida nos mercados com garantia do orçamento da União Europeia e um "empréstimo de reparação" garantido pelos ativos soberanos russos congelados em território comunitário.
  • Nesta sexta-feira (12), a União Europeia tomou a decisão de bloquear indefinidamente os ativos da Rússia que estão congelados na Europa.
  • Por sua vez, o Banco Central da Rússia anunciou o início de procedimentos legais contra o depositário internacional Euroclear por "ações ilegais" que lhe causam prejuízos e os planos da Comissão Europeia de utilizar direta ou indiretamente os ativos russos congelados sem o seu consentimento.

  • A Rússia advertiu em várias ocasiões que o congelamento de seus fundos viola o direito internacional e qualificou a iniciativa da União Europeia de "roubo". No final de novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, havia anunciado que a Rússia está "desenvolvendo um pacote de medidas de retaliação".