Notícias

Lula chama retirada de sanções a Moraes pelo governo Trump de 'presente'

Presidente afirmou que decisão dos Estados Unidos reconhece atuação constitucional do Supremo Tribunal Federal.
Lula chama retirada de sanções a Moraes pelo governo Trump de 'presente'Gettyimages.ru / Ton Molina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (12) que a retirada do nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de pessoas sancionadas pelo governo dos Estados Unidos foi um "presente" de aniversário do presidente norte-americano Donald Trump. Moraes completa 57 anos no sábado (13).

"O Trump deu de presente pra ele o reconhecimento de que não era justo um presidente de um outro país punir um ministro da Suprema Corte porque estava cumprindo com a Constituição brasileira", declarou Lula durante um discurso no evento de lançamento do SBT News.

Ao se dirigir diretamente ao ministro, o presidente relatou uma conversa com Trump ocorrida na semana anterior. Segundo Lula, o chefe de Estado americano questionou se a medida seria positiva para ele.

"Eu falei 'não é bom pra mim, é bom pro Brasil, é bom pra democracia brasileira'", disse, acrescentando que a relação deveria ser "de nação pra nação" e que a Suprema Corte é "muito importante" para o país.

Novas críticas de Lula

O presidente brasileiro voltou a criticar a aplicação de sanções a autoridades nacionais por governos estrangeiros.

"Não é possível admitir que um presidente de um país possa punir, com as leis dele, autoridades de outro país que estão exercendo a democracia", afirmou.

De acordo o portal g1, Lula enviou uma mensagem de agradecimento a Trump após o anúncio da retirada das sanções. Ainda assim, o presidente ressaltou que "ainda faltam mais pessoas" a serem retiradas de medidas semelhantes e concluiu que a decisão representa "uma vitória da democracia brasileira".

  • A exclusão dos nomes de Moraes e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados da Lei Magnitsky foi anunciada nesta sexta-feira pelo governo dos Estados Unidos. A legislação é usada para impor sanções a estrangeiros. O ministro havia sido incluído na lista em julho deste ano, e sua esposa, em setembro.