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Trump sobre ataques terrestres: 'Não precisa ser necessariamente na Venezuela'

Presidente dos Estados Unidos afirmou também que ações "vão começar a acontecer".
Trump sobre ataques terrestres: 'Não precisa ser necessariamente na Venezuela'Gettyimages.ru / Alex Wong

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta sexta-feira (12) que seus ataques no Mar do Caribe começarão por terra, mas indicou que eles "não necessariamente" serão contra a Venezuela, em meio às constantes agressões contra o país no Mar do Caribe.

"Eliminamos 96% das drogas que chegavam por via marítima. Agora, vamos começar a interceptá-las por via terrestre, o que é muito mais fácil. Isso vai começar a acontecer", disse o presidente a repórteres na Casa Branca.

"Não se trata apenas de ataques em terra na Venezuela. Trata-se de ataques em terra contra pessoas horríveis que trazem drogas e matam nosso povo", continuou Trump, embora tenha esclarecido que os ataques "não precisam necessariamente" ocorrer em território venezuelano.

Segundo o presidente, seu governo erradicou "as drogas a níveis nunca vistos antes", o que permitiu "salvar 25 milvidas americanas", enquanto "todos aqueles navios" que supostamente tentaram chegar ao território norte-americano com narcóticos "foram interceptados".

Denúncias contundentes da Venezuela

Nesta sexta-feira, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, reiterou que seu país não se renderá, em hipótese alguma, à defesa de sua soberania.

"O governo dos EUA precisa saber que não nos renderemos. É historicamente impossível para nós nos rendermos, após as lições da história que nossos libertadores nos ensinaram", declarou o alto funcionário em um pronunciamento televisionado.

"O objetivo é fechar o Caribe aos interesses dos EUA, dominar politicamente os Estados e roubar e se apropriar dos recursos naturais do hemisfério, especialmente os da América do Sul", afirmou.

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.